19 dezembro, 2006

SEM PALAVRAS!!!






Fotos:Colega de trabalho Alessandra, pendurada na janela!!!
Por:Paulista quase colorada de tanta emoção!!

13 dezembro, 2006

Folclore em plena quarta feira!!!

Hoje Porto Alegre amanheceu em meio a um clima diferente.Tudo começou com o Cris levantando da cama junto comigo, ligando a TV e sentando no sofá da sala (não tenho registro em minha memória disso ter acontecido em algum outro momento de nossas vidas...).
Mas a coisa se tornou mais palpável quando saí para levar o lixo e encontrei os primeiros deles...dois Sacis discutiam sobre qual horário era o correto....

- Oito?
- Não, oito e meia...
- Não, já disse que é oito!


Meu espanto foi tão grande que resolvi sair dali rapidamente e pegar meu transporte.Segundo momento de pânico: o ônibus estava vazio.Somente alguns Sacis pingados indo para o trabalho, com os cachimbos dançando nervosos em suas bocas.Confiro o horário no relógio.Está tudo certo, mesmo horário de sempre, mesmo cobrador, mesmo motorista..
Dia estranho..coisa estranha...
E durante a viagem foram surgindo muitos outros Sacis..em toda parte...
No ponto de ônibus, com a mão na boca de tanto nervoso, nos carros, nas padarias..uma cidade tomada por Sacis...
De repente, olho novamente para o cobrador e ele havia se transformado em um deles..sim, ele também era um Saci.E começa a falar alto no ônibus avisando:

- Olha só, logo logo eu vou gritar aqui dentro...

Começo a me afundar no banco do busão..agora estou em pânico..o trânsito está livre, as ruas estão vazias...a única coisa que se vê nas ruas são...
Sacis!
Uma senhora sentada à minha frente coloca o fone de ouvido e também se transforma em um deles..sim, porque os Sacis daqui usam fone de ouvido...e não largam seus rádios a pilha..
Desço do ônibus.Começo a caminhar em direção ao meu trabalho.O centro da cidade que ontem estava atulhado de gente hoje tem alguns poucos Sacis pulando apressados pelas ruas...os cachimbos apertados nas mãos...

Logo um “buzinaço” toma conta das ruas...neste momento todos os Sacis começam a pular e gritar ao mesmo tempo, agitando suas toucas vermelhas...
Corro, subo no elevador e entro aliviada em minha sala de trabalho, quando vejo...Todos os meus colegas de trabalho viraram Sacis..até os mosqueteiros de transformaram em Sacis...

Porto Alegre está dominada por eles...
O Rio Grande do Sul está dominado por eles..
Até o Japão está dominado por eles...

São todos Sacis...
Colorados, é claro!!!
;)


Por: Paulista Folclórica

07 dezembro, 2006

Quem não tem cão, caça como gato!




Ai ai como sinto falta dessas maravilhosas ruas aí de Sampa na hora das minhas comprinhas básicas do Natal...Existe muita oferta de malhas e sapatos bem mais em conta aqui no Sul, mas com a diversão característica da Zepa ou 25 de Março, nem pensar!!!

Mas tem um lugar maravilhoso e poético (como várias outras coisas em POA) no qual podemos escolher os presentes dos amigos queridos e da família passeando por entre árvores e sentindo o sol no rosto: o Brique da Redenção.

Ponto turístico obrigatório, este local me cativou desde a primeira vez que estive lá e tornou-se fonte de muitos presentes levados para a terra da garoa...Trata-se de uma rua ao lado do Parque da Redenção, com várias bancas de artesanatos, uma mais linda que a outra vendendo produtos dos mais variados: artigos produzidos pelos índios locais, lindos artefatos feitos com porongo (aquele da cuia..), mantas maravilhosas e muitas outras coisas de encher os olhos e as sacolas.Tudo com preços bem acessíveis e com o tradicional carinho dos artesãos.

Caminhar pelo Brique se tornou um dos hábitos saudáveis dessa pauliúcha.Confesso que até o chimarrão levo comigo, para ir bebendo durante o passeio (mesmo nos dias mais quentes!) e mesmo sendo domingo o mais tradicional, venho aqui neste momento divulgar e valorizar o Brique de Sábado à tarde, que tem dado show em criatividade e variedade...vale a pena conferir!
E para quem ficou com água na boca imaginando como será este lugar e o que deve ter por lá, segue o mapa da mina, com destaque para minha amiga Evelise, artista maravilhosa que manda muito bem!!!Aproveitem ;)

http://www.briquedesabado.com.br/expo/14h/072/index.htm

Por: Gaúcha

06 dezembro, 2006

Breakfast at Zepa's


Nada como uma típica manhã no comércio popular para sentir o espírito paulista. Sobretudo, no final de ano. Quem é mulher sabe que não dá pra ser feliz nas compras natalinas - de roupas, sobretudo - sem passar pelo Brás e pela José Paulino, ou Jótapê, ou Zépa, para os íntimos.

No último sábado, tive como missão feminina reabastecer o armário gastanto o mínimo possível. Tarefa comparável, para quem conhece um pouco do comércio de Sampa, à de um míssil teleguiado: sempre tem, no meio da profusão dos calçadões, aquela lojinha específica onde você acha alguma coisa em bom preço. Somando uns quatro ou cinco desses achados, é possível economizar até 50% do valor total da sua compra.


Primeira parada: Jótapê. O império das roupas femininas. Passeio para o qual não se aconselha levar entes masculinos - namorados, filhos, irmãos ou amigos de qualquer espécie - sob pena de aguentar olhares extenuados ou raivosos em menos de meia hora, podendo se traduzir rapidamente em impropérios ou numa saída forçada. Compreensível. Há coisas que só a vaidade feminina é capaz de suportar, como veremos.
Chego quase ao meio-dia (já comecei cometendo um pecado mortal, ao aparecer por ali bem depois das 10h) e encontro a rua, claro, apinhada de gente. Mas tenho endereço certo: na primeira loja, já encontrou o que procurava e compro. Como foi rápido, decido dar um giro pelas restantes. Vou andando a 5km por hora, entre muitas, muitas pessoas, num festival de preços convidativos e últimas modas.
No meio do cordão de consumidoras, pedaços de vida se confundem no burburinho: "Olha, esse aqui ficava lindo pro casamento!". "Ainda tenho que passar em casa e ver isso com a minha mãe". "O jantar hoje é às...". "Ah, mas eu disse pra ele que era a última vez!"

Depois do meu rápido giro de 1h30, e de um rosto bem vermelho que eu só notaria no dia seguinte (quem mandou ignorar a dermatologista e sair sem protetor?), desapareço no metrô e sigo para meu próximo destino: a Praça da República. Ali, aos sábados e domingos, os olhos se perdem entre artigos da China e lindas peças de artesanato genuinamente brasileiro (apesar do pecado, cometido por algumas barracas, das peças feitas de pau-brasil - se certificado, não sei). Ver os mimos da praça pode ser uma distração garantida para horas. Mas infelizmente, meu tempo é curto: ainda preciso passar por outros destinos. Prometo a mim mesma voltar em outra semana, para emendar também uma visita à Liberdade, outra delícia das compras populares.

Novo metrô, mais algumas lojas e encerro meu passeio no final da tarde, com duas sacolas cheias e cerca de 100 reais a menos na carteira. E, antes que eu me sinta uma fútil irremediável, contabilizo o saldo que aquela centena me rendeu: um par de tênis, um par de sandálias, quatro toalhas de mesa, uma xícara de louça (adoro xícaras!) e algumas compras de supermercado. É, nada como a lógica capricorniana (e sobretudo, feminina) para escolher os endereços certos. :)

Por Paulista

17 novembro, 2006

Mundo


"Quando a chuva cair
Claro que vou correr...
Mas não vou deixar de curtir o vento
Somente porque ele precede a tempestade... "

Bom findi...

Por: gaúcha


Ilustração:Stephanie Pui-Mun Law

14 novembro, 2006

Arrivederci, Roma


Sempre tive uma queda por grandes cidades. Quando morava no interior, apesar das belas paisagens e do ar puro, fazia-me falta a vida, o movimento de São Paulo. Quando voltei, passados os primeiros tempos de adaptação do meu olhar – que àquela altura já era interiorano – me senti de novo em casa. A sensação de multidão, de diversidade, de inesperado me seduz. Sou bicho de cidade grande, apesar de todas as suas mazelas.

Natural, então, que uma das minhas maiores expectativas na peregrinação à Itália fosse a nossa visita a Roma, a Cidade Eterna. Como última parada do itinerário, nos prometia um gran finale. E por tudo que já conhecíamos e tínhamos lido, ouvido falar sobre ela, era nosso suspense constante. A cada cidade, a cada beleza inacreditável que víamos, pensávamos: o que encontraremos, então, quando chegarmos a Roma?

Expectativas contrárias, da mesma forma, não faltaram. Nos diziam que o povo de Roma seria intransigente, distante, pedante. Que em Roma não encontraríamos o mesmo tratamento que nos dispensavam no interior, onde fomos acolhidos como filhos e amigos. Que em Roma chove muito, embora seja uma cidade quente e abafada (nada a que nós, paulistanos, não estejamos acostumados). Que lá não se pode confiar em qualquer um, que se deve manter as bolsas e sacolas sempre à vista (alguém já viu isso em algum lugar?).


Bem, esperamos. E finalmente, no dia 20 de outubro, chegamos a ela - que nos recebeu com chuva, a primeira depois de 25 dias de sol na Itália. No dia seguinte, mais chuva. Mas nós, bravos paulistanos que somos, colocamos a bolsa nas costas e saímos explorando aquele mundo tão diferente, tão novo para nós.

E vou te falar, mano: Roma é tudo de bom. Para ela, faltam palavras. Ali, reconheci de cara esse espírito meio vagabundo das cidades grandes. Secular, milenar, porém. Uma cidade com todos os problemas da atualidade – mas talvez a única capital viva do mundo que é construída em cima de história pura, das ruínas e trajetórias de três ou quatro civilizações diferentes.
Muitas vezes não vale a pena pegar ônibus ou trem para conhecê-la, apesar de as distâncias serem grandes. Uma caminhada acaba sendo útil para queimar as gorduras de quilos e quilos de macarrão e pizza e para descobrir seus segredos, encravados entre as ruas de arquitetura medieval e clareiras urbanas: vire uma esquina e você dará de cara com a Fontana de Trevi. Outra, com uma das famosas piazzas onde foi filmado este ou aquele filme. Outra, com a igreja que abriga alguma obra de arte. E para descansar, uma parada em algum dos inúmeros pontos do comércio de rua - que durante o dia é uma festa. Pode-se encontrar de tudo nas barracas dos ambulantes de Roma: desde vestidos de noite até uma cozinha completa.

Bem verdade que, na correria de todos os dias, o habitante de Roma nem sempre consegue desfrutar ou explorar todos os seus tesouros – um pouco como nós paulistanos, que passamos todos os dias pelas belezas (escondidas ou não) da nossa cidade e só reparamos, de novo e de novo, no trânsito. E o trânsito de Roma é uma loucura, muitas vezes pior, penso, que o de Sampa - especialmente no centro da cidade, onde não se pode entrar de carro, salvo com autorização especial (ponto para as famosas motos italianas que dominam a cidade, ágeis, capazes de driblar o espaço reduzido das ruas seculares melhor do que os grandes carros modernos). Mas o romano que se preze, que ama e se orgulha de sua cidade, gosta de mostrar os tesouros da capital. Sem problema se o dia de trabalho o impede de acompanhar um visitante: a noite romana também é imortal.

Roma não possui um grande bairro de bares, uma "Vila Olímpia" ou uma "Vila Madalena". Mesmo nas regiões onde se concentra a vida noturna, os bares e danceterias são distribuídos pelas vielas, becos, em todos os lugares onde seja possível construir algo novo sem ferir o patrimônio histórico - diligentemente vigiado pela prefeitura. Em compensação, seus espaços abertos e as praças oferecem cumplicidade ao explorador. Não vou me esquecer da emoção que senti ao virar uma esquina, tarde da noite, e me deparar pela primeira vez com a silhueta monumental do Pantheon, iluminado pela luz indireta dos barzinhos em volta. De calar a garganta.


Para terminar bem o passeio noturno, vale a pena uma visita ao Rio Tevere. Os habitantes de Roma não colocam o rio que a corta a cidade entre as maiores belezas urbanas – talvez imaginando uma competição injusta com outros rios europeus. Mas o Tevere, discreto, escuro, quieto na sua luta contra a poluição (fenômeno que envergonha os romanos que, inocentes, nunca sentiram o cheiro do nosso pobre Tietê), tem um charme único - com sua ilha fluvial à qual se chega à pé, atravessando uma das suas belas pontes, e de onde se tem uma visão privilegiada das margens do movimento urbano.
E as ondas do Tevere, silenciosas e frescas no escuro de Roma, levam os sonhos de uma marinheira de primeira viagem em sua última noite na cidade, coroando um mês de intensa descoberta da alma. Decididamente, um gran finale. Arrivederci, Roma. :)


A foto lá em cima foi tirada em uma das pontes do Tevere - de uma simpatia que está em moda na cidade. É inspirada num filme italiano (não consegui descobrir qual) de alguns anos atrás, em que um apaixonado coloca uma corrente em uma pilastra da ponte, com seu nome e o nome da amada. Desde então, podem-se ver correntes com nomes de enamorados por todo o rio. :)


por Paulista

07 novembro, 2006

Olha o livro, olha o livro!!





Bom..depois dessa viajem maravilhosa pela Itália proporcionada pela nossa mana Jubs fica difícil escrever alguma coisa que possa superar tudo isso!!
Mas, como não tá morto quem peleia, vou falar sobre uma coisa muuuuito típica aqui de Porto Alegre..uma coisa que faz com que os gaúchos parem de comprar livros logo no início do ano e deixem seus “ranchos” literários para os meses de Setembro e Outubro...Mais precisamente para a época da FEIRA DO LIVRO de Porto Alegre.
E com certeza a espera vale à pena..além de muuitas bancas com livros de tudo quanto é editora e assunto, os preços são absolutamente dignos de uma feira livre!!
Tem para todo tipo de freguês: descontos de 20%, cheque para trinta dias e os balaios..os maravilhosos balaios com livros de 2 a 10 “pila”..uma fartura!
Mas o chimarrão sempre presente! (embora eu ainda não me arrisque a me debruçar sobre os livros com uma cuia cheia de água na mão!)
Só para vocês terem uma idéia, em dois dias de visita compramos 10 livros...de tudo quanto é assunto, o que é melhor!!!
Típico também é a chuva.Feira do Livro sem chuva não tem graça...e com a chuva, temos o efeito lajota rolando, não esqueçam!!!
Essa é Porto Alegre...cidade de gente bacana, culta, que lota uma praça, mesmo com chuva para ver e comprar bons livros!
Depois de saciar a fome de cultura uma caminhada até o fim da feira e...
Ops..caramba meu, cadê a barraca do pastel??
Ah..isso faz falta!E como !!!


http://www.feiradolivro-poa.com.br/

Por:gaúcha que não abandona um bom pastel

03 novembro, 2006

Esse é um novo país


Drops de um olhar brasileiro sobre a Itália

********************

O território italiano tem uma história que data de mais de 5 mil anos antes de Cristo. Mas a Itália só existe a pouco mais de 100 anos. Foi unificada como país há muito menos tempo do que os nossos quinhentos anos de história. Mesmo assim, eles acham que a gente nem suspeita do que se trate a história do império romano, ou as idas e vindas da Idade Média. Acham que na escola a gente aprende história só a partir do ano de 1500. Mal sabem que a gente vê três vezes ao longo da vida escolar o sistema social do Feudalismo, mas não sabe construir uma frase em Tupi-Guarani.

De forma que a Itália, ela mesma, é um país mais jovem do que o nosso. Mas que não aceita subestimar as suas origens. Eles sabem a idade e o histórico de cada granitinho que encontram num sítio arqueológico qualquer (e a Itália inteira é um imenso sítio arqueológico, incluindo Roma, onde não se pode fazer um túnel de metrô sem encontrar vestígios de alguma das muitas civilizações que construíram suas casas sobre as civilizações de outros). A grande lição do povo italiano é a forma como preservam seu passado.

O futuro, em compensação, ainda é um pouco incógnito para eles. Há pouco mais de dez anos, deixaram de exportar pessoas para o mundo e passaram a recebê-las. A imigração e os problemas sociais decorrentes disso são assunto novo e desconcertante para o italiano, que ignora os africanos cor moreno-cinza, vindos da vizinha Tunísia, que passam por entre as mesas de bares vendendo rosas. A falta de resposta para eles, que gastam quase 5 minutos em cada mesa, falando e segurando flores, esperando um olhar que não vem, é a mesma da falta de política para absorver os imigrantes.

Não pergunte a um italiano se ele é italiano: ele responderá "sou Genovês", "sou Romano", "sou Sardo". Porque Gênova, Roma e a Sardenha, de onde eles vêm, já existiam muito antes da Itália. As cidades, mesmo que seja separadas por apenas 50 quilômetros, possuem dialeto, datas festivas e vestimentas totalmente diversas umas das outras. Antes de serem cidades, eram vilas formadas em volta de castelos independentes. Cordiais entre si, quase sempre. Iguais, nunca. Há quem diga que os italianos pularão etapas num futuro próximo, culturalmente falando: passarão de cidadãos "regionais" diretamente a cidadãos da UE, sem passar pela auto-identidade da unidade nacional. Talvez seja exagero, mas não deixa de ser uma idéia comprovável em alguns casos.

Andar uma distância de 100 kilômetros de carro é tarefa pra uma tarde inteira. Como 100 km é uma distância muuuuuuito grande, é necessário parar em postos na estrada umas duas ou três vezes ao longo do trajeto. Para tomar um café e descansar.
Mesmo na cidade, o hábito de parar para tomar um café é intensamente exercitado. Mais um menos de dois em dois quarteirões, mesmo que você esteja a cem metros do seu destino.

Na Itália a internet é assunto de trabalho. E raramente alguém leva trabalho pra casa. O hábito de navegar sem rumo pela web não existe, ou existe só para os mais jovens - assim mesmo, não todos.

Eles se espantam ao saber que o Brasil tem uma cidade de 16 milhões de habitantes (Roma tem cerca de 3,5 milhões), e que num país do tamanho do Brasil se fala, em todos os lugares, a mesma língua. Se espantam em saber que temos inglês já na escola fundamental. E que, ao contrário deles, conseguimos falar inglês com uma sonoridade minimamente parecida com... o inglês.

O italiano é bem-humorado, comilão, falastrão e muito, muito latino. E fala idiomas latinos, o que facilita muito as coisas. Alguns dialetos são mais parecidos com o português do que com o próprio italiano. Em uma janta, nosso anfitrião resolveu cantar à mesa uma música em dialeto sardo. Os italianos mais jovens não entenderam a letra. Nós, brasileiros, sim.

Infelizmente, não se ouve muita música italiana contemporânea no rádio. A música norte-americana domina as paradas, muito mais do que aqui (aliás, li em algum lugar que o Brasil é o único país da América Latina onde a música nacional vende mais do que a estrangeira).
Em compensação, é bacana ir numa balada e de repente ver todo mundo, a tantas horas da madrugada, parando de cantar em inglês pra dançar uma seleção de Tarantellas. E com coreografia.

Ninguém pede pizza de oito pedaços pra dividir entre os presentes à mesa. Todos pedem pizza individual. E a pizza individual é gigantesca. Mas boníssima.

Os vinhos italianos são simplesmente inacreditáveis. Mas cerveja boa, mesmo, é a nossa. :)

por Paulista

01 novembro, 2006

Esse é o meu país


Em 40 dias de peregrinação além-mar, aprendi que:

- Estamos acostumados a todas as cores da aquarela. De verdade. É estranho andar em um lugar onde não há japoneses que não sejam do Japão, não há ruivos que não sejam irlandeses, não há loiros que não sejam alemães. A falta de variação incomoda.

- O passaporte brasileiro é recordista em falsificações. Porque não existe um tipo brasileiro: somos de todos os tipos.

- Alguns acham que SP e o Rio são a mesma cidade, e que carioca quer dizer brasileiro.

- Tem gente que acha que aqui se fala espanhol.

- Mas tem gente que acha que falamos "brasiliano". Português, só quem já foi pra Portugal.

- Tem gente que sabe que a primeira Imperatriz brasileira era austríaca, mas não sabe que o primeiro Imperador brasileiro era português. A pátria lusa não é muito cotada na Europa. Mais um traço de identificação?

- A Garota de Ipanema vai ser sucesso lá fora mesmo daqui a mil anos.

- Toquinho também, acho eu.

- Caetano e Gil, só para iniciados.

- Um bar pode se chamar "Café Brasil" e não ter nada brasileiro pra servir.

- Todos adoram os brasileiros.

- E muitos acham que as brasileiras estão aí pro que vier e der.

- O nosso metrô é o melhor do mundo. Sério. A gente consegue ver através das janelas, que não estão totalmente ofuscadas pelas pixações. E consegue não sentir cheiro nenhum nos túneis.

- Aqui as coisas não fecham pro almoço, pra reabrir às 16h30 da tarde.

- É legal ficar feliz ao ouvir o Virundum em algum lugar.

- É legal ter saudade de Sampa.

- É legal ouvir alguém falando português com você, ainda que o português de Portugal.

- É legal sentir a afetividade de um povo tão latino, que tem coração parecido com o nosso.

- É legal ver que aqui tem fila pra idosos, pessoas com deficiência e grávidas.

- É legal ver que muitas pessoas lá fora fogem do senso comum e entendem o Brasil, mesmo sem serem brasileiros.

- É legal gostar mais do seu país depois de sair dele por um tempo.

"Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta".
(Yung)



por Paulista

Dias das Bruxas, minha Bruxa!

Aqui no Sul é muito comum ouvir a galera dizendo:

- E ae meu bruxo?
- Como é que tu tá minha bruxa?

Curiosa com a saudação usada pelos gaúchos fui atrás de seu significado (que, obviamente, não era aquele que eu conhecia...)
Bom, para a gauchada, bruxo e bruxa são aquelas pessoas que você tem admiração, que você gosta.Para os envolvidos em movimentos feministas e/ou comunistas também é uma forma de identificação (me corrijam se estiver errada!)
Bom, para mim que estava acostumada a outro tipo de bruxaria (hehe) valeu a pena conhecer essas outras aplicações do termo...Confesso que já adicionei ao meu vocabulário, embora ainda não consiga sair por aí chamando todos de bruxos e bruxas...

Mas falando em bruxas, esta semana comemoramos o Dia das Bruxas e como eu estava viajando com minha vassoura mágica por aí, publico esta homenagem, atrasada, porém muito especial para todas as irmãs da Arte e principalmente para a Mana Jubs, uma grande BRUXA para mim, em todos os sentidos ;)

Espero que gostem!

Mas e ae minha Bruxa, como foi seu dia aí em Sampa???

A LUA DA CURA
Eu tô grávida
Grávida de um beija-flor
Grávida de terra
De um liqüidificador
E vou parir
Um terremoto, uma bomba, uma cor
Uma locomotiva a vapor
Um corr
edor
Eu tô grávida
Esperando um avião
Cada vez mais grávida
Estou grávida de chão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Dar à luz
Eu tô grávida
De uma nota musical
De um automóvel
De uma árvore de Natal
E vou parir
Uma montanha, um cordão umbilical
,
um anticoncepcional
Um cartão postal
Eu tô grávida
Esperando um furacão, um fio de cabelo, uma bolha de sabão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Vou dar a luz

Grávida
(Marina Lima / Arnaldo Antunes)


“A primavera esparramava-se sobre a cidade como se a mítica nádega de Baubo estivesse exposta,indicando aos mortais que mais uma vez Perséfone se atirava nos braços de Deméter: senhora dos mistérios da terra.Guiada por uma insaciável fome de histórias, eu a seguia como antiqüíssima beata grega, molhando com água-de-cheiro os caminhos por onde seus pés de cristal pisassem.
A roda do ano já havia se enroscado no laço de sua gravidez redonda
e se preparava para engolir os dias e mais uma vez emprenhar.eu, que percorrera as curvas sinuosas do tempo, sentia-me prestes a dar à luz.Porém,intuía a Lua me avisando que o nó ainda não estava arrematado e ainda havia muita coisa no caminho.”


Márcia Frazão em O Feitiço da Lua

Haha! Acharam que fosse meu, heim???
Quem me dera!!!
Por: gauchita

27 outubro, 2006

Os Girassóis de Giruá


Viajar tem sido parte da minha vida..
Além das viagens pessoais (visitando a família e as amigas em Sampa), meu último emprego me proporcionou conhecer algumas cidades do interior paulista.No atual, tenho visitado várias cidades do Rio Grande do Sul e tudo tem sido maravilhoso!
Como boa aquariana que sou, adoro conhecer lugares, pessoas e costumes diferentes.Algumas vezes não dá, pois o trabalho ocupa todo o tempo, mas outras dá para espiar a cidade e comer um prato típico, mesmo que seja na fila da rodoviária!!!
Pois bem; foi com esse espírito de aventura que me mandei para Giruá.Uma cidade a 490 Km de Porto Alegre, região Noroeste do Estado, bem próximo à Argentina...Seis horas e meia de ônibus.Básico.
Curiosa sobre o que a cidade reservava, fiquei com as antenas ligadas e logo ao desembarcar no hotel (cheguei as 7:30 da manhã) reparei um campo amarelo, que se destacava das demais plantações (a paisagem dessa viagem é maravilhosa..as plantações, os campos a perder de vista...tudo muito bonito..o cheiro de terra...).
Fiquei com aquela imagem na cabeça...o que seria aquilo?Flores, certamente, mas quais???
O dia todo de trabalho fez a imagem sair do pensamento.Mas não do coração: voltando ao hotel perguntei ao Neto (taxista) que plantação era aquela.
A resposta veio com um largo sorriso: “Girassóis..coisa mais linda! Bonito mesmo é ver o por do sol lá no meio deles...pegar uma máquina e tirar uma foto bem no meio das flores..amanhã te levo lá, se quiser, antes de pegar o ônibus...daí você tira umas fotos..”
Claro! A criança dentro de mim respondeu antes que eu pudesse pensar!
Fotos! Máquina!
Ops...
Não levei máquina..
Claro, fui à trabalho..não imaginava encontrar uma paisagem daquelas..
Bom, na manhã seguinte fomos até a plantação.Foi uma passada rápida, mas valeu muito a pena...além da beleza das flores, da imensidão da plantação, do sol estalado e do céu sem uma nuvem..havia algo de mágico naqueles girassóis...alguma mensagem secreta da mãe terra chegou naquele momento.Muito louco de explicar...somente estando lá para entender...
Voltei para casa com a mochila da vida mais leve, porém muito mais cheia..
Dá para entender???
Fica a dica: incluam a Rota das Missões na lista de lugares para se conhecer no Sul.Cidade linda, pessoas lindas.
Vale a pena!

Ps:na falta de foto original, busquei essa na internet.Depois publicarei a foto de um girassol que eu trouxe para casa!

Por: Neo gaúcha

23 outubro, 2006

Botando água para o Chimarrão...

Nessa minha vida de gaudéria, uma tradição que abracei desde a primeira vez que aqui pisei foi a de matear com os amigos...
E como tive um belo e bom professor, hoje eu mesma preparo o mate lá de casa...tenho até uma mateira, que levo para lá e para cá, em nossos passeios pela Redenção ou Gasômetro...
E entre os vários segredos da arte de preparar o Chimarrão está o lance de não deixar a água ferver...
E para mim esse momento tem um sabor especial...enquanto a água esquenta, começo a pensar na vida...nas coisas que tenho para fazer, nos sonhos, nos anseios, nas pessoas...

Hoje os pensamentos da “Hora do Chimarrão” vão para a mana Jubs..tão longe e tão perto...que está curtindo a Itália amada e ouvindo “Mandrake e seus Cubanos” (Vixe..essa foi a frase mais hermeticamente nonsense que eu já escrevi...mas acho que a mensagem chegou, heim jubs??)

Fico feliz por ela, mas ao mesmo tempo a saudade bate e dá vontade de trazê-la de volta...aqui para POA, para colocarmos o papo em dia tomando um Chima juntas (ops...só eu porque acho que ela não gosta...); ou para Gramado, comendo chocolate...hum...

Ou até mesmo para este Blog...o Pastel tá fazendo falta e eu quase não estou dando conta de tanto Chimarrão que ando fazendo para a galera que aparece por aqui..

Falando nisso, a chaleira tá chiando e eu preciso ir..tem mais um mate para ficar pronto...mas fica registrada a saudade e a vontade de ter o ombro de mana aqui comigo...

E para terminar: alguém aí sabe, por acaso, onde eu guardei a erva mate??

Por: Gauchita


16 outubro, 2006

Ctrl C/ Ctrl V

Crise!

Existencial,
Criativa,
Paranormal,
Total!!!

Vontade de escrever, mas……ai que difícil!!!
Por isso divido com vocês esse texto que recebi há um tempão...infelizmente não tenho a fonte..é mais um daqueles e mails que recebemos que ninguém sabe quem escreveu..ou pior...assinam como Veríssimo ou Cecília Meireles...hahaha!

E como diz o site Terra: "Se você sabe o seu ascendente, leia-o para conferir a previsão"!!!

Espero que gostem!
;)

E para piorar essas datas aí em cima, “apertando” os textos novos....ahhhhhhhhhh!!!!!!!!
Alguém sabe como tirar isso daí???

:/

Por:Gauchita


ÁRIES
Esse acha que a cuia é dele! Tu tá recém pondo a chaleira no fogo, e ele já tá ali, perguntando se tá pronto. Esbaforido, sempre se queima, ou fica com a bomba entupida, pões que não tem paciência pra esperar que a erva assente. Dá-lhe um Trancaço, c diz que no Natal ele vai ganhar uma cuia só pra ele. Não te preocupa, que é loco manso.

TOURO
Ele primeiro vê se a cuia é linda, no más, e depois, fica ali, acariciando a dita, com cara de libidinoso. Como em geral, é guloso pra caraco, te passa o mate, mas fica te olhando atravessado, e ruminando...como é do seu feitio. Não vale a pena discutir com o bagual, pois além de cabeçudo, quase sempre é o dono da cuia e da bomba...

GÊMEOS
O vivente já entra no rancho falando e contando causo, trovando e atraqueando que é um inferno. Tudo com a cuia na mão. Até que o povaréu começa a ficar nervoso. Conselho: antes que esfrie até a água da térmica, saiam de tininho e vão tomar mate em outro lugar. Ele nem vai notar.

CÂNCER
Esse já pega a cuia com ar de desolado, pois que a cuia lhe lembra a mãe. De tão sentimental, às vezes, ate chora, lembrando do primeiro chimarrão (que a gauchada nunca esquece). Quando sente medo do escuro, dorme com a cuia embaixo do travesseiro. E tem pencas de cuias e bombas entupindo as as gavetas... de recordação, ele diz.

LEÃO
Loco o convicto, não é que me inventou de mandar gravar um brasão de família na cuia e outro na bomba? Só toma chimarrão se tiver um povo em volta pra ficar lhe olhando, e aí, aproveita, e desata a trovar e a declamar, esperando que lhe aplaudam. Sempre é bom não contrariar.

VIRGEM
Primeiro, ele lava as mãos e todos os apetrechos, depois, confere se a erva é ecológica, e por aí vai. Acha que, o certo mesmo, era cada um ter a sua própria cuia, bomba e mate. Mas, por via das dúvidas, carrega sempre um paninho que, discretamente, vai passando no bocal da bomba. Como é metido a botiqueiro, e conhece todo tipo de erva deste Rio Grande, enquanto mateia, vai dando receitas e curando, de lombriga a esquizofrenia.

LIBRA
Flor de fresco, chega a pegar a bomba com o dedinho levantado. Mas compensa, pelo senso de justiça. Só toma o mate depois que todo mundo já se serviu. Pra ele, matear, também pode ser sinónimo de namorar; daí que, se prenda, só faz roda de mate com a indiada marmanja, e, se marmanjo, põe açúcar e mel na cuia, e vai, todo lampero, pro Brique, ver se atrai as mosca, quer dizer, as moça.

ESCORPIÃO
Pega a cuia, e matreiro... sai de fininho para algum canto, remoendo traumas, encucações e toda a sorte de loucuras. Sem essa de que vingança é um prato que se come frio, pões que, na água quente do amargo, fica tramando seus planos de vingança (inclusive, e principalmente: Revolução Farroupilha, a revanche!). E, ai daquele que não lhe passar a cuia. Otro que tem fantasias sexuais com a cuia, com a bomba e com a térmica. Só não me pergunte quais.

SAGITÁRIO
Em geral estrangeiro, pois sagitariano que é sagitariano, nunca está em seu pais de origem; aqui, no Rio Grande, pode ser um carioca, paulista ou baiano que, sem entender nada de tradição, fica mexendo o mate, com a bomba como se o amargo fosse um milk-shake. Conheci um que queria misturar mate com fanta uva.

CAPRICÓRNIO
Inventou o tele-chimarrào com pingo-boy e tudo, e o chimarrão de negócios, o qual pratica toda a sexta-feira na sua empresa, que, aliás, exporta cuia, bomba, erva e demais aparatos para a gringolândia. Diz que já tá fazendo até japuca largar o chá e pegar a cuia.

AQUÁRIO
Rebelde até a última cuia, acha que esse negócio de chimarrão tá superado. Só não sabe pelo quê. Doido, mas metido a bonzinho, adora um povaréu; daí que, convida todo o vivente que estiver passando, pra sua roda de mate. Acha que se: o chimarrão fosse servido na ONU, o mundo seria outro.

PEIXES
Inventou a leitura de cuia e "recebe" entidades durante amateada.Se desconhece o tipo de ervas que usa... mas, diz que faz roda de chimarrão com os daqui e com os do além. Por isso, um conselho de amigo: se a roda de chimarrão for em outra estância, que volte de táxi.

Por: neogaúcha aquariana

05 outubro, 2006

Da-me um Cornetto, é pio crocante, é pio cremoso, é da Gelatto...

Adorava esse comercial.Lembro que era um casal, trocando cornettos e olhares românticos entre duas sacadas...depois, no colegial (quando a paixão por comerciais virou profissão) fiquei sabendo que foi filmado na Itália...achei mais romântico ainda!
E agora nossa Jubs está lá...conhecendo as belezas e delícias da Ilha de Sardenha, seus carneiros selvagens e logo chegará em Roma...
Está enamorada de Baco e pelo jeito apaixonada pelas pizzas....


COISA BEM BOA, como diriam os gaúchos!

Essas são as primeiras notícias, assim que souber de mais alguma coisa, escreverei...
Enquanto isso, fico com a responsa de manter o “pastel com chimas” vivo e sempre alerta..peço desculpas, mas a impressão é que toda a correria de nossa amiga Jubs ficou comigo também e só hoje consegui parar para escrever esse textinho!
Esta semana meu aquário está meio vazio...é difícil ser idealista nos dias de hoje...difícil quando a realidade te dá um tapa na cara..difícil pensar que o “ um mundo melhor” talvez nunca seja alcançado... acho que meu inferno astral se antecipou! Mas não dá nada, logo, logo estarei bem novamente (espero).
Enquanto isso, vou com meu amigo Chico...mandando notícias da terrinha para a amiga Jubs...
;)

“Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando que, também, sem cachaça
Ninguém segura esse rojão”


Por: Neo gaúcha

24 setembro, 2006

Arrivederci

Bem, cá estou eu, após longo silêncio, para justificar o sumiço.
Passados dias e dias de correria desenfreada, no preparo da decolagem, a ponta Paulista deste blog sai de férias temporárias. Taís, o elo gaúcho, segura a onda brilhantemente, é claro. E quem sabe, em breve, trarei - além dos textos inacabados que (vergonha!) não consegui postar antes de viajar - um tempero napolitano para esse canto interestadual. Vou conferir in loco a graça que os gringos do sul nos mostram, estes já com o tempero brasileiro.
Desde já, saio cheia de saudades. Logo mais, impressões dessa marinheira de primeira viagem.

Arrivederci e a presto! Mille baci, mana!! :)

Paulistinha

18 setembro, 2006

Recadinho


Jubs!

Estive em Gramado este findi e olha só quem mandou lembranças...

Beijos!

Ah, D.Roma também mandou beijos!

Por: Neo Gaúcha

15 setembro, 2006

Dia da Lajota

Chove em Porto Alegre.Uma chuva torrencial...chegou de madrugada e parece que vai durar o dia todo.Tudo bem que a previsão do tempo avisou sobre a tempestade, mas ninguém imaginava que ela seria tão certeira!!
E quando chove em POA as tradicionais lajotas entram em ação; principalmente no centro da cidade.E como trabalho no centro, sempre sou atacada por elas.
Explico:
Em grande parte do centro de Porto Alegre existem ruas que são cobertas por lajotas.Dá um visual super bonito, uniforme, mas algumas delas estão soltas e nos dias de chuva ficam cheias de água.
Tudo normal por aí..difícil uma rua não ficar com água em dias de chuva.. o porém vem depois..quando a chuva pára, a água continua lá: quietinha, à espreita do primeiro distraído e azarado...
E, é claro, geralmente essa pessoa sou eu...correndo como uma louca pelo centro, buscando aproveitar todos os minutos que me cabem do horário de almoço, sempre acabo pisando (bem de leve) no cantinho de uma das lajotas que estão soltas...e aí é uma festa!
O jato de água que sai das lajotas é inacreditável.Pega em toda a extensão lateral daquela sua calça nova, clara ou recém lavada..entra pela borda do sapato e molha a meia.Toda.
E meia molhada é a coisa mais maravilhosa do mundo, não é mesmo??
Pois é..
Efeito lajota: certeiro e tradicional em Porto Alegre.Quem visitar a cidade não pode sair daqui sem uma meia molhada por elas.

Caso você tente escapar e saia pulando as lajotas (como naquela prova das Olimpíadas do Faustão) parecendo um louco (fica mais ridículo ainda quando você está com guarda chuva..) nada adiantará...assim que você terminar de atravessar o campo minado das lajotas, pisará em uma enooorme poça de água (sim, eles agem em bando!) que deixará seus sapatos e toda a barra de sua calça molhados. Se estiver usando calças sujas (que você coloca de forma proposital por causa das chuvas), o efeito lajota não acontece.Isso é fato.
Enfim, mais uma curiosidade aqui do Sul.É quase hora do almoço e embora tenha me organizado para ficar bem longe das lajotas, acabei de lembrar que preciso buscar úm remédio remédio.E a Farmácia fica bem no final da rua das lajotas....

Só espero que, diferente do filme “o Feitiço do Tempo”, eu não fique presa nesse tempo!!

;)

Por: Neo Gaúcha de barras molhadas

13 setembro, 2006

Extra! Extra!

Passagens aéreas para São Paulo: R$450,00
Ligações telefônicas para marcarmos encontro na casa da minha mãe: R$ 20,00
Gasolina de São Paulo a São Bernado do Campo: 30,00 (puro chute, não tenho carro!)
Ter um vídeo com a Jubs cantando "Churrasco, bom chimarrão..."

NÃO TEM PREÇO!!!!!

Ficou muito bom Jubs!!!
Adoro vocês!!!

Por: neo gaúcha doida de tanto rir!

11 setembro, 2006

Isso sim é terrorismo!

Caros amigos e amigas...

Por mais que a grana esteja curta...
Por mais que o preço seja tentador...
Por mais parcelas que eles façam...

Nunca...
Jamais..
Em tempo algum...

Voem pela BRA
É sério..
Acompanhem:

Diário:

23:00h- Previsão de embarque confirmada no site
22h:10min- Chegada ao aeroporto de Guarulhos
00:00-Nova previsão de embarque, repassada no check in
00:00- Remarcação do embarque: nova previsão:01:00
01:00- Transferência de portão de embarque
02:00- Início do embarque
02:30- Decolagem
03:30- Chegada em Porto Alegre

Ninguém merece!
Por: Neo gaúcha cheia de sono!

Aguardem: O tão esperado encontro do Pastel com Chimarrão!
Com fotos!!!

06 setembro, 2006

Frio de renguear cusco !

Pois é Jubs...isso é um grande mistério...no interior e Serra, com certeza.
Aqui em POA, segunda à tarde caiu granizo...uns granizões (como em São Bernardo!) mas eu não vi...estava em uma sala de reuniões...ouvi o barulho no ar condicionado...também não consegui confirmar..ninguém sabe, ninguém viu...
O fato é que, nevando ou não, o frio tá
soda! nunca tinha passado tanto frio na minha vida!Parece que o Rio Grande foi bacana comigo no primeiro ano de morada aqui...agora nem quer mais saber...
O jeito é encontrar formas de ser feliz (mesmo tendo de acordar as 7 da matina com temperaturas nada criativas de 7 graus também):um bom cobertor de orelha, uma gata peluda (que agora descobriu como é mais quente o lado de baixo do cobertor), um aquecedor elétrico, um mate, um negrinho de panela, muitas meias, blusas, luvas e cobertores!
Minhas expectativas com a viagem à Sampa nesse feriadão são: que meus ombros voltem ao lugar de origem (eles grudaram nas orelhas de tanto frio), que minhas pernas parem de tremer e que minhas mãos e meu nariz descongelem (ah...isso seria perfeito!!!).
Voltando do feriadão (se tudo der certo e nenhuma porta, janela ou poltrona do avião sair voando) viajarei sexta para Gramado...aí sim, frio, chocolate e amor combinam perfeitamente...não acha Jú?


Por: picolé de neo gaúcha

05 setembro, 2006

Sério?

É, a correria anda grande por essas bandas. Em breve escreverei posts mais inspirados, inclusive comentando os últimos da mana gaúcha. Mas por hora entrei aqui para fazer apenas uma pergunta: gaudérios amigos, verdade que nevou por aí essa madrugada???

É o que diz aqui...

por Paulista

Peixe com Chimarrão





Ah..nada como uma tarde/noite no hospital para trazer a inspiração à tona...
Calma amigos foi simplesmente um ataque de cefaléia..um mal estar básico, resultado de um baita estresse...normal nos dias de hoje não é mesmo??
O fato é que até Hospital aqui no Sul é Poético...fui atendida na Santa Casa; lá os públicos são divididos em prédios diferenciados...a ala pediátrica é o Hospital Santo Antônio, a ala especializada em mulheres é Santa Clara...somente o Centro de Câncer não tem nome de Santo...mas bem que poderia ser São Lucas (leiam Médico de Homens e de Almas)...
Poesia à parte, o fato é que consegui voltar a escrever... e o mais fantástico:diretamente no PC..coisa divina, sem dúvida!!!

Gostaria de voltar um pouco nos textos, me aproveitar das linhas deixadas pela amiga Jubs no “Pastel com Baião de Dois” e dizer que também tenho feito amigos por aqui...

Em Agosto conheci o trabalho realizado pelo Ceclimar (faz parte do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul), mais especificamente pelo CERAM (Centro de Reabilitação de Fauna Marinha e Silvestre).Já tinha ouvido falar sobre o trabalho desenvolvido por eles e estava muito ansiosa em conhecer de perto como tudo funcionava.Minha ansiedade aumentou no momento em que assisti uma reportagem sobre o Centro, dizendo que estavam com muitos ....pingüins!
Sim...tenho adoração por esses animais e um dos meus sonhos era ver de perto (o mais perto possível!) esses simpáticos e elegantes bichinhos...(elegantes somente por causa do fraque que eles usam, pois os modos não são nada elegantes...o tênis do Cris quem o diga!).


Lá se vão Cris e eu para Imbé. Pude, enfim, conhecer o pitoresco e infinito litoral gaúcho..muito famoso por sinal (isso dá um texto à parte..deixarei para outra ocasião).Fomos bem recebidos pelos funcionários e especialmente pelo bolsista Maicon, que ficou com a gente durante toda aquela manhã.Nosso trabalho era acompanhar a alimentação dos animais que ali estavam.Durante toda a preparação da comida, limpeza das gaiolas e das salas e da alimentação propriamente dita,verificamos a seriedade e o comprometimento que existe no trabalho desenvolvido por eles.Lá estavam nove pingüins recuperados e aproximadamente uns dez ainda em fase de recuperação, vítimas de um vazamento de petróleo.

Conhecemos também os lobos marinhos (muito brincalhões) e o mais antigo e famoso morador do Centro: o gordo; um leão marinho cego e velhinho, que atrai a atenção pelos gritos e principalmente pelo...cheiro!!

Foi um momento muito especial.Ao mesmo tempo em que voltava a ser criança, buscava acompanhar tecnicamente o trabalho feito por lá.Difícil, mas muito gratificante!

Um belo exemplo, uma ótima indicação de visita.Quem quiser saber mais pode acessar: http://www.ufrgs.br/ceclimar/

Por: Neo Gaúcha

04 setembro, 2006

Sete Pecados na Capital

Fim de semana, vento de 80 Km, sete graus de temperatura..frio rolando...o que fazer?
Comer ;)

Sim, comer é um excelente remédio para o frio e desde que mudei para o Rio Grande do Sul descobri a riqueza que existe nas comidas, nos temperos, nos aromas e sabores da culinária gaúcha...compartilho com vocês minha lista de pecados gastronômicos.
Algumas coisas que vocês não podem deixar de provar quando visitarem Porto Alegre.

1-Chimia de morango do Mercado Público;
2-Picanha com alho do CTG 35;
3-Pastel com Borda;
4-Cachorro quente do Rosário;
5-Salada de frutas com sorvete do Mercado Público;
6-Sonho da Padaria Santo Antônio;
7-Ambrosia

E segue a minha crise existencial e criativa..três textos para o blog iniciados e nada terminado...
Aviso aos navegantes que estarei em Sampa no feriadão!

30 agosto, 2006

Pastel e baião de dois

Hoje tive o prazer de conhecer um visionário que deu certo no sertão do Cariri. Trata-se de Alemberg Quindins (Alemberg por homenagem de sua mãe a um personagem de novela; Quindins por apelido de juventude, dos tempos de banda de lata). Alemberg é um comunicador genuíno, de nascença, que aos oito anos tinha uma "editora" de revistas em quadrinhos numa cidade onde não havia banca de jornal. Crescido, decidiu transformar o quarto de brinquedos que nunca teve, e que planejava ter mesmo quando adulto, em projeto social: criou a Fundação Casa Grande, escola de comunicação encravada no sertão cearense, onde meninos aprendem a filmar, escrever, fazer programas de rádio. Figuraça, foi um dos inspiradores do personagem Chicó da adaptação do Alto da Compadecida para a televisão - aquele do "não sei, só sei que foi assim". E, embora não seja sua a frase célebre (que consta da obra original), acreditem: a construção do personagem foi fiel, atestada pela risada inconfundível.
Essas coisas é que mostram para a gente que a boa intenção, quando bem conduzida, pode dar certo. E na minha lista de próximas viagens, já incluí Nova Olinda (que, depois da iniciativa de Quindins, já passou a aparecer no mapa do Ceará).

Mais infos aqui. E, em breve, também no Almanaque Brasil. :)

por Paulista

28 agosto, 2006

Como nossos pais...

Não quero lhe falar meu grande amor das coisas que aprendi nos
discos
Quero lhe contar como eu vivi e tudo que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar, eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de
qualquer pessoa
Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está fechado prá nós que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantada com uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua, cabelo ao vento, gente jovem
reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que
fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos...
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam
não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que 'eu tô por fora, ou então que eu tô
inventando'
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem me deu a idéia de uma nova consciência e
juventude
Tá em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo, tudo
que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos...
Ainda somos os mesmos e vivemos...
Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais!

Saudade!!!

Ai que coisa boa..
Que saudade gostosa me bateu lendo seu texto Jú..lembrei dos tempos que trabalhava em Sampa e passava todos os dias pela 25 e Março, depois pelo Largo São Bento, República...busão subindo a Brigadeiro..hum..saudades da cidade que não dorme...
Até hoje sentia falta apenas da pessoas aí de Sampa..mas hoje, com seu texto, me deu uma vontade enoooorme de andar por essas ruas novamente...sem falar na Liberdade...o cheiro das comidas e a bagunça gostosa das barraquinhas...
Obrigada mana, esse texto alegrou meu dia!

Ah..só para constar: hoje estou com uma bolsa comprada de um Chileno em plena Liberdade...Essas coisas só acontecem em Sampa mesmo!!
;)
Por: Neo Gaúcha saudosista de sua terra...

27 agosto, 2006

Liberdade

Um passeio pela rua Galvão Bueno aos domingos pode revelar insuspeitos tesouros. Entre os jardins japoneses encravados em becos e fachadas de restaurantes, se pode encontrar mercados com produtos típicos dos quais, aposto, nem os representantes da colônia ouviram falar (tá bom, sei que estou exagerando... mas são os meus olhos ocidentais, espantados e maravilhados). Se você é mulher, prepare-se para babar nas roupas de todos os estilos, cores e principalmente preços - afinal, mesmo sabendo que você não foi ali para gastar, quem resistirá a um artigo lindo em preço imperdível? E dois, e três?

Você então resolve fugir à tentação e buscar um bom lugar para comer. Depois de rápida inspeção com os olhos, decide-se pela extravagância de trocar as barraquinhas por um restaurante típico, ali ao lado. O prato vem, lindo, cheiroso, capaz de preencher seu estômago pelas próximas cinco horas. E você sai dali feliz, um novo ser humano.

Volta às barraquinhas. Tanta coisa para ver, perguntar. Gasta mais um pouco. Vasculha de novo os símbolos da maior colônia japonesa do país. Puxa papo com um, observa as construções. A cultura, melhor parte do dia, é de graça para quem tem olhar atento.

Para terminar, você resolve voltar para casa pelo centro vazio de domingo. Recorda pedaços da história da cidade ao passar por cada ponto - o mosteiro de São Bento, a Sé, o Largo de São Francisco, o Teatro Municipal. Viagem no tempo, a céu aberto. E ainda tem gente que reclama que no domingo não tem nada de bom para fazer.


por Paulista

25 agosto, 2006

Só porque é sexta


Apesar de este ser um blog declaradamente temático, quem se dispuser a acompanhá-lo pode achar que nosso assunto é muito recorrente - duas garotas que passam a vida tecendo homenagens ao Rio Grande do Sul e de vez em quando a Sampa também. Engano. Quem nos conhece sabe que nossa admiração pelo país, com todas as suas dádivas, belezas, defeitos e fraquezas, não se restringe a apenas esses dois estados - ainda vou fazer uma série aqui falando sobre coisas bacanas que vi ou ainda quero ver por esse Brasilzão.
Além disso, sabem também que, comunicadoras que somos, não nos limitamos a um tema único, como atestam os links aí ao lado - sim, esse não é o único blog onde se encontram escritos desta. :)

Mas hoje, permitam-me, vou compartilhar do fascínio (e banzo, no meu caso) da amiga Taís pelo vento sul. Uma brisa, temperatura, perfume muito específicos que senti ao chegar a PoA, e só ali, e que me trouxeram aquela estranha idéia de estar pisando em um lugar pela primeira vez e, ao mesmo tempo, quase me sentir voltando para casa. Sei que há razões para isso - minha família tem traços parecidos com os dos imigrantes que para lá foram, o sotaque me é caseiro, além de outras coisas mais que ainda vou contar por aqui. Mas quero poder juntar um pouquinho de magia às minhas impressões tão objetivas e reservar uma parcela das minhas sensações, para que permaneçam inexplicáveis. Esse post vai mesmo assim, nonsense, como estou me sentindo hoje. Com uma sensação de sonho no meio do desvario diário. E é assim que quero ficar, pelo menos por algum tempo, tirando umas férias da razão. Se for ao menos até a próxima segunda-feira, já tá bom. :)

Só para fechar bem, Mário Quintana.

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!

Bom final de semana a todos!

por Paulista

Imensidão da Alma

O Vento Sul tem cheiro de Liberdade
E hoje acordei
Impregnada com esse perfume
Uma vontade imensa
De me entregar para o mundo...

Quem assistiu a Casa das Sete Mulheres ontem, vai entender melhor...
Na voz do "Sagrado Coração da Terra"..

Eu vou no passo do cavalo baio
Entre bandeiras sabres e farrapos
Eu vou no passo do tambor que chama
no passo de quem não sabe se volta
eu vou no passo de quem vai pra guerra
por liberdade honra e terra
Eu vou no passo do cavalo baio
espora de prata estrela na testa
No passo paciente de quem espera
Lua nova no fio da espada
No passo de quem a arrancou da alma
a flor do amor lhe deixou pra trás
a flor do amor lhe deixou pra trás
O que é um homem sem uma mulher?
um céu sem estrelas, cometas e raios
centauro de cascos quebrados
perdido num pampa sem fim
um rei em farrapos, sem pátria, querência, e bandeira

Por Anita

23 agosto, 2006

Orra, eu falo meu

“Nossa, essa menina está com um sotaque de paulistano!”
A frase foi dita de modo divertido pelo meu pai, quando eu tinha mais ou menos uns nove anos de idade. Eu, nascida e criada na Paulicéia, do alto da minha sabedoria infantil e dos meus “erres” marcados, não entendi a afirmação. Como, sotaque? Eu não tenho sotaque, pô.

O pleno significado daquele comentário eu só entenderia alguns anos depois, quando meus pais, interioranos saudosos da terra natal, decidiram fazer as trouxas e voltar para sua cidade. Com onze anos de idade, às portas da adolescência e em novo habitat, percebi a incrível diferença que pode haver entre pessoas que aprenderam a falar em regiões distintas, ainda que separadas por apenas 180 km de rodovia. Se você quiser descobrir de onde um paulista é – cidade, bairro ou região – é só pedir pra ele dizer as palavras “porta” ou “cerca”. Pronto, já sabe se ele é da capital, do interior, do litoral ou da Mooca. Por mais que ele corra mundo, algumas características da linguagem que ele aprendeu nos tenros anos não mudam nunca.

Foi o que aconteceu com o meu vocabulário cheio de “meu”, “cara”, “nooooossa” e “putz” naqueles primeiros anos. Quando em contava alguma coisa na escola, meus colegas paravam a conversa e pediam pra eu repetir tudo de novo, só pra ouvir o sotaque. “Você fala engraçado”, diziam. É verdade. Eu, por minha vez, me segurava também para não rir com os “esquerrrrrrda” e “larrrrrrrrgura” de meus novos patrícios. Meu irmão, na época com quatro anos e ensaiando ainda a pronúncia que teria, ia ouvindo o som ambiente e aprendendo também. Resultado: continuei sendo a única representante do “orra, meu” dentro de casa.

Com o passar dos anos, aconteceu uma coisa interessantíssima. Comecei a criar um sotaque misto. Os erres, nem marcados e nem acentuados, sumiram pelo meio do caminho. Adolescente, um dia fui pedir um livro emprestado a uma amiga. Tive que repetir o título: “Triste fim de Policapo Quaresma”. Policarpo? "É, isso mesmo, Policapo".

Quando voltei pra Sampa, quase uma década depois, demorei poucos meses para recuperar a plena forma do meu sotaque paulistano. Poderia contar aqui um milhão de “causos” que vivi ou presenciei, relacionados ao sotaque de amigos ou parentes. Afinal, minha família mora perto de SP e o intercâmbio regional é constante. Mas, só para não dizer que não falei de flores, termino o post fazendo também uma homenagem ao sotaque sulista – ao lado do mineiro, um dos sotaques mais gostosos que conheço. Alguns sons e palavras não precisam ser poesia para afagar a alma e o coração da gente. Maneiríssimo, mano.

por Paulistinha (é claro) :)

22 agosto, 2006

Bah, eu falo Bah

Foi assim, num dia de sol em meu trabalho.Simples e prático: minha boca se abriu e...Bah!
Algo normal para qualquer gaúcho ou gaúcha que, desde pequeninos, sabem utilizar (corretamente) as 272.425.323 flexões do Bah, mas para uma Paulista (natural de São Bernardo) isso não é normal.Definitivamente!
Mas o fato é que saiu.”Bah”. Redondinho...
E agora?
Olhei para os lados...tudo parecia igual: os colegas trabalhando calmamente.Olhei para a frente: mesma cena...ninguém notou? Não.Ufa!
Não que eu ache feio dizer Bah.Longe disso! Mas desde que cheguei ao Sul tinha certeza que não usaria esta expressão.Sei lá; Bah é coisa séria, coisa de gaúcho, de quem nasceu aqui.
Não pensei que um dia me sentiria tão “natural” a ponto de usar o Bah, mas aconteceu.Neste dia percebi que algo havia mudado.Não era só um “Bah”, tinha algo junto dele...virei e revirei dentro de mim.Parei, olhei o Guaíba pela janela...e sorri ao descobrir que aquele “Bah” na verdade queria dizer: “Finquei Raízes”.
Voltei para meu trabalho, feliz em saber que havia, enfim, criado raízes.
Não falo daquelas raízes malignas, que seguram tanto que acabam matando.
Falo das raízes sadias, que nutrem e dão segurança quando o vento chega mais forte...enfim...raízes de maturidade.
A partir daquele dia o Bah passou a fazer parte de meu vocabulário.No começo foram tímidos, curtos: Bah!.

Depois foram tomando força (ficando “taludinhos”) e mais freqüentes.
Hoje “a vaca foi pro brejo” e já nem sei mais quando falo Bah...
A vida é assim: um eterno transformar...e quando a gente se dá conta...


Bah! Como mudei!
;)

Ass: Quase gaudéria..

Inverno rapidinho

Pois é. Aqui em Sampa, fomos brindados esta noite com a madrugada mais fria do ano, dizem. Realmente, a partir de umas 17h de ontem, começou a esfriar bastante. E realmente tivemos uma noite gélida (não sei se a mais fria do ano, e com certeza não tão fria quanto a dos pampas). Mas, olhando pela janela, nem parece que doze horas atrás estávamos debaixo de mil cobertores - não pelo sol de meio-dia que brilha lá fora nesse momento. Enfim, SP continua honrando sua fama de fazer as quatro estações do ano num dia (ou ao menos em uma mesma semana). Eu, ultimamente, ando num legítimo surto de "moça do tempo". Não começo meu dia sem esbarrar em alguma previsão climática, na tentativa de saber o que escolher dentro do armário, antes de sair de casa. Tarefa difícil nessas terras paulistas, onde praticamente cada bairro experimenta uma estação do ano diferente.

Bem, mas informo-lhes: parece que até amanhã a frente fria, vinda da terra de nossos hermanos, seguirá para o oceano e estaremos novamente imersos no calor. Até a próxima onda desse nosso inverno equatorial.

Nessas horas fico me lembrando dos oito graus que peguei no RS no início desse ano. Era final de abril e a gente não conseguia ver o outro lado da rua, tamanha a neblina - e eram 18h ainda. Naqueles dias, entendi por que, quando faz 12 graus, a gauchada já tira os agasalhos e fica desfilando de camiseta. Afinal, 12 graus é verão pra quem enfrenta temperaturas de 2, 4, 0 graus durante a noite.
Espero que os amigos gaúchos abusem do cobertor de orelha por esses dias. Eu, por aqui, vou ficando, por enquanto, com os típicos caldo de cana e pastel de feira - que, por acaso, hoje decidi me aventurar a comer. Estava muito bom, mas difícil foi saber o que fritava mais: o pastel ou os miolos da galera na rua, debaixo do sol. :)

por Paulistinha

Rapidinha de Inverno

Porto Alegre, 22 de Agosto... 10:30 da manhã..
Dia Lindo, Sol raiando..
Nenhuma nuvem no Céu...

No centro da cidade, entre asfalto e concreto...

SETE GRAUS !!!!

Desculpem, mas eu precisava dividir isso com alguém!!

Ass: Neo Gaúcha quase congelada!

18 agosto, 2006

Tá dominado

Grande honra para mim estrear esse blog, ao lado da minha irmã de alma... e essa minha alma, que tem um apreço inexplicável pelas plagas gaúchas (quase tão grande quanto minha paixão insana pela terra natal, afinal o sangue paulista me corre forrrrte nas veias!), está feliz em participar desse projeto revolucionário de blog interestadual.

E já que estamos falando de futebol, quero registrar, como Sãopaulina que sou, o assombro que senti com a festa corinthiana, aqui na Paulicéia, em honra à vitória do Inter. Não sou entendida no assunto (alguns rirão quando me virem aqui divagando sobre o esporte bretão), não sou torcedora viciada (fato que me tornará, talvez, uma tricolor mais autêntica? rs), e tenho até simpatia pelo Inter, mas daí a achar normal um time torcer contra outro por princípio é demais. Mas também não gosto, nunca gostei muito do Corinthians. Putz, sei que estou comprando briga e decididamente essa não é a melhor maneira de estrear um blog. :))

De qq forma, trabalhando ao lado do Pacaembu e da Barra Funda - cuja estação de metrô agora se chama "Palmeiras - Barra Funda", só para registro - é comum ver hordas de torcedores alucinados, gritando seus hinos, quase toda quarta-feira na saída do expediente. Para mim, futebol é algo meio estranho. Ganhe um time ou perca outro, os papos são rigorosamente os mesmos, as piadas as mesmas. As porradas são as mesmas. Mas de vez em quando também assisto, torço, xingo. Já tive meus ídolos inclusive no passado, um deles devidamente homenageado num dos bichos de pelúcia que resistem no meu quarto. Mas para mim, são surtos passageiros que duram no máximo até o dia seguinte.

Ou seja, meu prazo de validade já passou, ao comentar esse jogo SP X Inter depois de quase 48 horas de sua realização, rs. De qualquer forma, e apesar de derrotada, achei este um bom gancho para começarmos essa saga virtual. A festa dos gauchinhos foi bonita, devo admitir. Sorrisos e emoção típicos. Deu até saudade.

E esse tema de paixões inexplicáveis é bacana. Por exemplo, sou Sãopaulina não sei porquê. Assim como, no Rio, sempre gostei do Fluminense, também sem motivo aparente. Adoro, sem conseguir explicar, o Rio Grande do Sul. Deve ser a impressão de coisas que ficaram gravadas na memória, que me vêm por associação direta. A alma se aconchega. Em Minas também me sinto em casa. Ali, o fascínio deve vir de outras vidas, é algo mais elevado, espiritual, igualmente inexplicável.

Enfim, sinto que teremos pano pra manga por aqui. Assunto não faltará... espero que a platéia curta, participe e comente. Ao menos, tenho a certeza de que para mim e para minha mana gaúcha será um espaço tri-bacana. Com gosto de chimarrão, sabor de pastel e promessa de festa intercultural. :)

PS - Mas a próxima Libertadores é nossa, mano. Pode crê, falô.

17 agosto, 2006

Abrindo os trabalhos..

Hum...estranho começar falando de futebol...
Mas essa foi a primeira relação que fiz hoje sobre coisas entre São Paulo e Rio Grande do Sul...
Por aqui tudo vermelho...um mar de colorados (cansados de morrerem na praia) gritam com suas camisetas, bandeiras, bandanas, faixas, sacis e tudo o mais..afinal, eles merecem!

Anotem aí: Uma coisa legal em POA: a rivalidade entre torcidas ainda é saudável (na medida do possível...)
Até amanhã...depois do parto desse blog, estou exausta!


Por: Neo Gaúcha

Teste..

Um, dois, testando...
Som...

Testando..

por: neo gaúcha