11 dezembro, 2007

Pai Nosso Gaúcho

"Em nome do Pai, do Filho e do Espírito santo e com licença, Patrão Celestial.
Vou chegando, enquanto cevo o amargo das minhas confidências, porque, ao romper da madrugada e a descambar do sol, preciso campear por outras invernadas e repontar do Céu a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.
Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca e rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do céu.
Ouve, Patrão Celeste, a oração que Te faço, ao romper da madrugada e ao descambar do sol. Tomara que todo mundo seja como irmão!
Ajude-me a perdoar as afrontas e a não fazer aos outros o que não quero para mim.
Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase sem querer, eu me sólto porteira-a-fora... Êta, potrilho chucro, renegado e caborteiro...
Mas, eu Te garanto, meu Senhor, quero sem bom e direito.
Ajude-me, Virgem Maria, primeira prenda do Céu.
Socorre-me, São Pedro, capataz da Estância Gaúcha.
Prá fim de conversa, vou Te dizer, meu Deus, mas somente prá Ti:
que Tua vontade leve a minha de cabresto prá todo o sempre e até a Querência do Céu,
AMÉM."

Colaboração: Lú Rezende

04 dezembro, 2007

Valei-me meu São Jorge

Desculpem o desaparecimento desse espaço queridos (as), é que a dor é tamanha que meus dedos simplesmente se negavam a escrever.
Ainda é possível sentir o nó na garganta e a profunda dor no peito.Esse sapo caros amigos, será difícil de engolir.
O fato é que esta semana o Guaíba está salgado.Não pelo choro desta torcedora que vos escreve, mas pelas lágrimas de todos os torcedores alvinegros que nessa terra abençoada desembarcaram.E não foram poucos.Porto Alegre viu chegar ônibus e mais ônibus cheios desses esperançosos e apaixonados torcedores.Sofreram preconceitos, agressões (verbais e físicas) foram desmoralizados do início ao fim, mas estavam de corações inteiros, com fé e esperança no Timão que os unia.

Porto Alegre ficou calada na hora do jogo; Sacis e Mosqueteiros se uniram para catimbar o gavião que chegava sem muitas penas e com os olhos furados.A Tv local transmitia Inter e Goiás.Não consegui olhar...assim como não consegui me juntar aos Mosqueteiros que lotavam os bares e cafés, assistindo a transmissão de Sampa.Não havia onde se apoiar, não havia a quem recorrer.Sofri calada, sozinha, distante das informações e dos gritos.
Soube do resultado numa esquina qualquer da Cidade Baixa.Precisei comer ao lado de muitos gremistas e colorados felizes.A comida queimando a garganta ao ouvir os comentários maldosos...
Quis o destino que meu amado Corinthians caísse bem aqui, no quintal de minha casa, ao alcance dos meus braços.Se o jogo tivesse sido em Sampa, talvez não machucasse tanto...ou não...mais uma vez o destino uniu São Paulo e Porto Alegre, e a despedida novamente foi triste...

Dessa vez o dragão era muito grande, né São Jorge?Não dava para acabar com tudo em um único jogo.Talvez a vitória somente jogasse a sujeira mais uma vez para baixo do tapete. É, talvez tenha sido melhor assim: arrancar sem dó toda a casca de uma ferida que não estava cicatrizando de verdade, para que uma nova pele, um novo ser apareça.
Mas como dói meu São Jorge!!
Mais do que perder, mais do que rebaixado, como dói saber que o maior desejo dos outros era te ver caindo...não doeu o gol adversário, não doeu o apito final...doeu sim ouvir a torcida de mosqueteiros (que conhecem melhor do que ninguém a dor do rebaixamento) gritar “segunda divisão” para aqueles infelizes que viajaram 18 horas e terminaram o jogo humilhados e soluçando como crianças, cobrindo seus rostos com as camisas do time do coração.
Não adiantou reza brava, dezenas de ônibus nem trazer a bateria da Gaviões...nada adiantou...
E o que era uma brincadeira de crianças, uma guerra ente mocinhos e bandidos, virou uma luta entre grandes investidores, entre parceiras nebulosas..e a torcida, que ama, que chora, que luta que merece ser feliz, essa ficou de escanteio, derrubando suas lágrimas no Guaíba.
Aquele, que ainda está salgado...

02 dezembro, 2007

É uma partida de futebol

Bem. As pessoas que convivem comigo mais de perto, sabem que sou Sãopaulina. Mais, sabem que sou aquela Sãopaulina típica: que só aparece quando o time ganha, que não acompanha jogo, que não sabe nem mesmo qual a escalação atual do time para o qual diz torcer. Alguém para quem a imagem do próprio clube se resume a estrelas do passado remoto ou recente, que conseguiram fama razoável, mais pela própria trajetória do que até por terem usado a camisa tricolor - Raí, Zetti, Kaká. Alguém que jamais poderia estar, inclusive, comentando futebol por aqui.

Porém, mesmo com esse perfil torcedor altamente recriminável, devo dizer que acompanhei com certo interesse a saga alvinegra deste domingo. Em parte pelas conversas das amigas e amigos corinthianos sofredores, em parte porque minha vizinhança não me deixaria, de qualquer forma, ignorar o jogo de hoje; em parte porque o opositor era o Grêmio, ou seja, assunto garantido para esse blog. E em parte porque minha porção pentelha não me permitiu ignorar o fato de o Corinthians estar à beira do rebaixamento, rs.

Mas tudo bem, apesar das rixas imemoriais - e irracionais, é bom frisar - devo dizer que me compadeci ao ver a cara de armaggedon dos torcedores alvinegros quando o juiz apitou final de jogo. Por um momento, imaginei o sofrimento daqueles para quem um time de futebol é a maior fonte de alegria, orgulho, sonho e tudo o mais, presenciando um triste espetáculo como esse. Em nome do fair play, amigos, sinto muito. Coloco-me por um segundo no lugar de vocês. De verdade.

Mas, vocês vão me desculpar... ainda tricolor, me permito aqui fazer uma homenagem ao Grêmio. Afinal, tem seu mérito um time que consegue colocar o Timão na segundona. E desejo que ele, o alvinegro, possa tirar ensinamentos para voltar ainda mais forte daqui a algum tempo, pois isso será bom para toda a torcida e para todo o futebol brasileiro. E que o Grêmio receba as homenagens por ter chegado bem até aqui.

E para terminar, uma piadinha hermética, mas que eu não poderia deixar de citar aos meus amigos gaudérios!

ÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ... SÃO PAAAAAAAULO!!!!!

Hahahahahaha!
Beijos!

Da paulista tricolor

14 novembro, 2007

Lista de pedidos...

Fêfis, Nina e Jubs...

Hoje fiz uma listinha de pedidos para a viagem de vocês....entre tantas outras coisas, pedi:

1- Que o avião das gurias DECOLE de Sampa e FIQUE no CÉU e que durante este período o serviço de bordo seja feito tranquilamente, sem pausas por conta das turbulências...aliás, faça com que o Minuano fique quietinho durante o vôo, para que o avião não balance muito e a Jubs não quebre os dedos da Fêfis.Aproximadamente uma hora e quinze depois, faça o avião descer em modo POUSO - e não QUEDA no aeroporto Salgado Filho em POA. (Fêfis, reaproveitamento de texto, ok?);

2- Que o tempo fique maravilhoso e que Porto Alegre não mostre seu potencial bipolar, assim a gente poderá aproveitar bastante os passeios e delícias dessa cidade maravilhosa!

3- Um Guaíba lindo...um pôr do sol maravilhoso...

4- Risadas, muitas risadas...

5-Comida, muita comida...

6- Alegria, amor e amizade...

7- Que o tempo passe beeeeem devagar, para a gente matar a saudade e aproveitar cada minuto como se fossem horas...

Acho que o básico é isso...querem acrescentar mais alguma coisa?
E para dar aquele arrepio na espinha, aí vai um trecho de uma musica e algumas imagens para embalar a viagem de vocês ;)
Venham bem, queridas!

"Porto Alegre é que tem
Um jeito legal
É lá que as gurias etc. e tal

Nas manhãs de domingo
Esperando o Gre-Nal
Passear pelo Brique
Num alto astral

Porto Alegre me faz
Tão Sentimental
Porto Alegre me dói
Não diga a ninguém
Porto Alegre me tem
Não leve a mal
A saudade é demais

É lá que eu vivo em paz"





03 novembro, 2007

Sem palavras


Viajando, existem dois tipos de lugares que você pode visitar:
Os que te fazem sentir feliz. Você olha o horizonte, respira fundo e enche a alma de leveza e alegria. Dimensão paralela que recarrega seu espírito. Você sai de lá revigorada, achando que o paraíso existe, refúgio terrestre.
E existem aqueles que você, ao visitar, sente como inusitada vibração. Sua alma se inquieta, remexida. Você olha em volta e procura o que te toca assim tão forte e sutil. Não é alegria ou euforia.
É encontro. Esses lugares não te fazem sentir nem melhor ou pior. Você simplesmente se sente em paz, na felicidade de quem chega em casa.
Assustador, mas de beleza sem par.

Reproduzo aqui um post que já publiquei há algum tempo em outro blog, na tentativa de definir o que foi minha viagem mais recente a POA. Apesar das minhas já muitas idas, dessa vez a chegada me ofereceu espetáculo único: pude ver, bela como nunca, a cidade sob a luz do pôr-do-sol. O Rio Guaíba, o porto, os prédios todos banhados sob luz dourada. E naquele momento, meu peito foi também inundado de luz e alegria. A alegria por me sentir viva, por estar bem, por ter superado mais tantos desafios para chegar até ali. A certeza de me sentir querida, de ocupar lugar especial no coração de pessoas tão únicas como aquelas que iria encontrar. A felicidade de saber que sempre há um recomeço, e que ele pode ser coroado com a luz do sol, filtrada por nuvens brancas de algodão, acima de nós.

Essa chegada a Porto Alegre foi especialíssima. E assim seguiria toda a viagem, para mim: os papos intermináveis com minha irmã de alma, que tão bem me entende e conforta. A acolhida de uma querida família, com tanto amor e carinho, fazendo-me sentir feliz e privilegiada. A paisagem inesquecível do Guaíba, no vento de final de tarde, curando qualquer dor ou inquietação. A energia boa, especial, de pessoas que encontrei. O som cantado do sotaque que baila pela cidade.

Tudo isso dificulta um relato objetivo do que foi essa bela viagem. Uma viagem que, a cada retorno, acaba se tornando menos "viagem" e mais encontro: o refúgio terrestre aos poucos está tomando forma de segundo lar. E isso não é nada assustador. Mas é também de uma beleza difícil de descrever em fotos ou mesmo em palavras.

Adoro vocês!

Da paulista cada vez mais viajeira :)

25 outubro, 2007

Bem Vinda Mana Jú! Porto Alegre te espera!

Hoje, quando a querida mana Jubs estiver chegando a Porto Alegre verá essa Ponte sobre o Lago Guaíba, um dos cartões postais da cidade.
Quando aterrissar no Salgado Filho poderá visitar a Bienal do Mercosul, a Feira do Livro de POA, a Exposição 50 anos da RBS e comer Churros de MUMU passeando pelo mesmo rio que atravessou momentos antes, no céu.
Falando em Céu, deixo a música abaixo (outro símbolo do RS) como cartão de boas- vindas para nossa parte paulista desse querido cantinho!

"Eu quero andar nas coxilhas sentindo as "flexilhas" das ervas do chão
Ter os pés "roseteado" de campo ficar mais trigueiros com o sol de verão
Fazer versos cantando as belezas desta natureza sem par
E mostrar para quem quiser ver um lugar pra viver sem chorar

É o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul, terra e cor
Onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor
É o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul, terra e cor
Onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor
Eu quero me banhar nas fontes e olhar horizontes com Deus
E sentir que as cantigas nativas continuam vivas para os filhos meus
Ver os campos florindo e crianças sorrindo felizes a cantar
E mostrar para quem quiser ver um lugar pra viver sem chorar

É o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul, terra e cor
Onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor
É o meu Rio Grande do Sul, céu, sol, sul, terra e cor
Onde tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor "


(Céu,Sol, Sul)

06 outubro, 2007

Linda terra de céu sempre azul*

Balões decolando do Aeroclube de Rio Claro, durante o 1º Campeonato Sul-Americano em 2006
(Foto: Gabriela Slavec)


Muito bem, cá estou de regresso. O que seria de mim se não fosse a mana gaúcha para me dar uns puxões de orelha? Hehehe... na verdade, em meu exílio involuntário, havia já pensado em escrever aqui um post sobre as coisas que andam me fazendo falta, e das quais pretendo matar as saudades na minha volta à Paulicéia. Mas gostei tanto da idéia de falar sobre minha atual paragem, nesses tempos de recuperação, que decidi antecipar esse tema ao outro. Vamos às terras rio-clarenses, pois.

Rio Claro, palco de minhas férias involuntárias dos últimos meses, não é minha cidade natal. Mas é a cidade de minha história familiar, primeira referência geográfica externa que aprendi a ter na vida. Com 170 mil habitantes, fica a 180 km de São Paulo. Tem praça chamada Liberdade, igreja Matriz de São João Batista, avenida principal Visconde de Rio Claro. Tem corpo de bombeiros, dois times de futebol e uma alameda bonita que leva ao cemitério, cheia de árvores, chamada Saudade. Tem colônias alemã, italiana e portuguesa. Tem brasileiros de diversas raças. Tem carnaval de rua, lendas urbanas do tempo dos escravos, quermesse em junho, parque de diversões, orquestra tocando no Natal e fogos de artifício no Ano Novo. Tem campo de aviação com esquadrilha da fumaça e campeonato de balonismo. Tem periferia e também Clube de Campo para os representantes da high-society.

De tempos em tempos, a cidade sofre com as queimadas de cana-de-açúcar dos arredores, que espalham fuligem preta pelo ar, pelos varais e pelas águas da região. Ainda assim, recebe o apelido de Cidade Azul, pela cor profunda e permanente de seu céu. Quase todos os adolescentes andam de bicicleta, aproveitando as ruas planas e o clima ameno. Se chove, chove pouco e forte. A chuva sempre é limpa e deixa um cheiro de terra molhada que reacende minhas lembranças de infância. O ar da cidade é seco, e no entardecer circula um vento leve e amarelo, que ficou, ao lado do gosto de vinho quente, nas minhas lembranças de adolescente.

Alguns filhos ilustres levaram ou levam o nome da cidade por aí. Nas rodas de samba de Narciso Trevilatto nos Demônios da Garoa, nas noites de amor cariocas de Dalva de Oliveira, nas lutas pelas Diretas de Ulisses Guimarães. E outros, embora não filhos da terra como esses, compartilham mais ou menos o mesmo cenário das lembranças de infância: Rita Lee, em visitas infantis à tia; o casal Julia Lemmertz e Alexandre Borges, que vez ou outra passa por aqui para ver a família; ou Débora Duarte e depois a filha, Paloma Duarte, ex-alunas internas do colégio onde minha mãe, e depois eu, estudamos.

Nas ruas de Rio Claro é impossível andar sem encontrar alguém conhecido. Sua tranqüilidade favorece a corrida rápida de notícias e, é claro, também o melhor controle sobre a vida alheia. A cidade foi, durante muito tempo, meu contraponto com o resto do mundo – com os meus sonhos adolescentes de fazer mala e correr estrada, minhas adivinhações de amores e vontades, que eu tentaria concretizar mais tarde. Foi motivo de conflitos e insatisfações, numa época em que todos nós, lutando para crescer, nos tornamos mais ou menos injustos e egocêntricos. Mas foi também fonte da quietude da qual senti falta quando saí da redoma de vidro; uma falta doída e insuspeita, que me fazia chorar à noite nos meus primeiros meses de São Paulo. E passado o choque de bater asas, virou referência de finais-de-semana por ser ainda ninho familiar e ponto de encontro dos amigos que, também tendo batido asas, para ali retornavam em busca de um chopp, de ombros amigos e das antigas e boas piadas.

A verdade é que, tentando escrever um texto um pouco mais objetivo sobre a cidade, percebo que a tarefa é mais difícil do que pensei: minha relação com ela nunca foi, nem poderia ser, indiferente. Daqui vêm as histórias de recomeço e luta de meus avós, que vieram singrando mares, buscando vida melhor. Da infância de meus pais, entre praças, árvores e rios, infância que um dia também tentaram me dar. O porto seguro para onde eles retornariam sempre, depois do trabalho, do estudo e do crescimento que, jovens, buscaram em São Paulo. Foi desejo meu, infantil, de passeios e brincadeiras nos finais de semana. E depois, revolta adolescente por ter se transformado num endereço que não escolhi. Mas com o passar dos anos, daqueles mesmos anos, se transformou também em fonte de referências para todos os sonhos que eu iria buscar depois. Para aqueles que se parecem com a paz das tardes dela, e para aqueles que são seu contrário. Tudo, afinal, partiu daqui, do tempo em que fui criando a consciência de que precisava virar gente, andar com as próprias pernas. Foi onde aprendi novas referências, descobri a paixão pela música, os amigos e valores que curariam qualquer tristeza. Foi onde intuí que existem formas diferentes de viver, de sentir o mundo. Foi onde aprendi que nenhuma história pode ser desprezada.

Por isso, saindo de uma tempestade sob os raios paulistas desse sol de outubro, não vejo outro jeito a não ser tirar uma licença poética (ainda que duvidosa... hehe) para falar da cidade. Como um aviso, vivi a situação de ser tirada do olho do furacão, dos meus pensamentos tão auto-centrados, e ser colocada aqui de novo por algum tempo, para pensar na vida. Os últimos dois meses tiveram peso e tamanho de uns dois anos para mim. Outro outubro intenso, embora diferente daquele de 2006, em que eu estava em tão distantes paragens, aprendendo tanto sobre o mundo, sobre o Brasil, sobre como conviver e sobre mim mesma.

O outubro de agora traz outro mergulho, no silêncio de meu quarto de adolescência, nas ruas que eu percorria com meus 15 anos, na visão das meninas e meninos uniformizados andando pela calçada em plena terça-feira à tarde, como eu já fui um dia. A vida era bem mais simples e eu não sabia. E, mesmo que eu já adivinhasse o que viria depois, e adivinhasse também que não trocaria aquela vida futura e complicada por nada no mundo, hoje percebo outra verdade: no fundo, o que a gente procura é sempre uma forma de voltar a ter as certezas que tinha na aurora dos sonhos, quando sabia direitinho o que era preciso para ser feliz.

Por: Paulista multicidadã :)

* O título do post é um trecho do hino oficial da cidade.

02 outubro, 2007

Peleia Braba, o Retorno!

Tsi, Tsi, Tsi...diz o ditado gaúcho que "Não tá morto quem peleia"...tenho de confessar que acredito totalmente nisso.Tanto, que cá estou eu, abancada com meu chimas tentando erguer a poeira braba que se instalou nesse humilde cantinho Interestadual.
Sim, pois fui brutalmente abandonada pela parte Paulista desse Blog...só me resta chorar e terminar meu mate assim, sozinha e desamparada...
A não ser que uma Luz apareça no fim do Túnel e a mana Jubs resolva contribuir novamente com seus belos textos sobre a Paulicéia...
Poderia também nossa informante paulista nos contar um pouco sobre sua Cidade Natal- Rio Claro.Terra de gente valente e ouvi dizer de gente famosa...dizem até que um Demônio (aqueles da Garoa, sabe?) tem origem por aquelas bandas..
Será?
Só um milagroso texto de Mana Jubs poderia desvendar estes e outros mistérios....
Fica o desafio..afinal..tô na peleia para que este blog não vire mais uma lenda na net...

Por: Gauchita Solitária

28 agosto, 2007

Fandango* no Pastel com Chimarrão

A comemoração está atrasada, mas não tá morto quem peleia...vamos lá!

Há um ano atrás, Juliana e eu nos desafiamos criar esse cantinho, para dividir com amigos, colegas e simpatizantes um pouco das culturas e lamúrias paulistas e gaúchas.

Incentivadas pelos inúmeros blogs de nossas amigas (a própria Jubs tinha dois na época!) nos entregamos a esse mundo virtual, com a expectativa de diminuir a distância entre nós.

E como foi boa essa experiência.Desde o início tive muitos aprendizados.

Primeiro, aprender a dividir com uma grande amiga um espaço virtual, estando a dois estados de distância (isso para mim era quase casar em morar em casas separadas!).

Segundo, desafiar meus medos e traumas internos: de ficar sem idéias; de ter idéias, mas não saber expressá-las; de expressá-las e ninguém gostar...

Mas passado esse susto inicial, comecei a gostar desse lance de contar para um número maior de pessoas um pouquinho da belíssima cultura gaúcha, que estou adorando descobrir desde de minha mudança para Porto Alegre.

E qual foi meu espanto quando comecei a ouvir e receber os comentários e e- mails elogiando os textos e a iniciativa de unir os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo.

Bom, sobre a qualidade dos textos posso dizer que sou muito privilegiada, pois ter uma companheira de teclado como a Jubs é uma grande bênção...além de publicar textos extremamente belos e bem escritos, minha mana do coração sabe muito bem como deixar “a bola picando” e muitas vezes me inspirei em seus posts para escrever sobre algum assunto!

Sobre a criatividade dos temas, só tenho a agradecer a esta terra bendita e imensamente bela, onde tudo se transforma em poesia e as viagens se tornam doces descobertas.

Não posso deixar de fazer uma homenagem à minha querida caderneta de papel reciclado (esse lance de ter uma caderneta a tira colo também veio com a convivência junto às amigas jornalistas!), minha querida companheira, onde eu anotava todas as idéias e temas que vinham à minha mente durante as viagens, os passeios e até mesmo no dia a dia de trabalho.Abruptamente retirada do seio familiar (porque no “Paraíso” também tem assaltantes e muita miséria), lá se foi minha caderneta e ótimas idéias para textos...algumas lembrei e cheguei a publicar, outras se foram para sempre...

E nesse momento sublime, agradeço aos meus consultores gaúchos, que me ajudaram nas horas de incerteza, servindo corajosamente como tecla “sap gaúcha” para alguns termos que eu nem tinha idéia do que significavam: Cris, Alice e Márcia recebam meu muito obrigada!

Para finalizar, convido todos a darem uma passeada pelo histórico do blog, ler, reler, conhecer, ficar com vontade de visitar, enfim..desfrutem desse espaço que serve de pouso para os tropeiros amigos e se abanque, pois a mateada já vai começar!

E como não pode faltar uma cantoria na festa, vamos comemorar ao mais típico estilo crioulo:

“Parabéns, parabéns

Saúde e felicidade

Que tu colhas sempre todo dia

Paz e alegria na lavoura da amizade

Que tu colhas sempre todo dia

Paz e alegria na lavoura da amizade

Que deus velho te conceda com a sua benevolência

muitas e muitas campereadas na invernada da existência

Reunidos no mesmo afeto te abraçamos neste dia

e para que siga a festança repetimos com alegria”

* O termo Fandango pode ser usado para o baile, como também o estilo de música/dança típica.

Por: Gauchita

03 agosto, 2007

Eu vou comer pastel de feira!

Sim..esse final de semana vou tirar o pé da lama...
Vou deixar um pouco de lado meu "quase sotaque gaúcho" e retornar às minhas origens paulistas...
Deixar o chimarrão sem erva e me entregar às delícias de um maravilhoso pastel de feira.
Temos pastéis maravilhosos aqui em POA também (o pastel com borda não me deixa mentir), mas nada mais paulista do que acordar cedo do domingão, vestir aquele moletom amassado de final de semana, botar uns trocados no bolso e ir à feira!
Na minha família esse ritual é milenar e passado de mãe para filha.Todos fizeram, fazem e farão feiras, no grande estilo italiano/espanhol de ser...
Esse ato envolve um grande número de detalhes que vão desde a preparação da lista de compras até a forma de armazenagem e transporte dos mesmos.
Lembro de ficar ao lado da mãe enquanto ela anotava os últimos itens da lista, se esforçando para não esquecer nada...e do tamanho do meu sorriso quando eu lia, lá no final do papel: “pastéis”.
Hum...a boca enchia d’água e tudo mudava de cor.O caminho ficava bem menor e o restante da lista passava a ser um detalhe, frente ao objetivo maior.
A banca do pastel era a primeira, o que me deixava ainda mais ansiosa.Antes de se entregar à gula era preciso passar por todas as barracas, comparar os preços e a qualidade dos produtos, voltar, comprar, seguir a diante para outra banca, lembrar que esqueceu uma coisa lá do começo, voltar, comprar, efim....uma jornada.
Mas tal esforço valia cada segundo -e cada dedo quase roxo de tanto segurar as sacolas - pois para encerrar o dia lá estava ele...majestoso...apetitoso...quentinho...
A feira de domingo de São Bernardo é especial, pois possui ingredientes típicos de uma feira livre.Se algum dia você quiser mostrar para algum turista o que é a zona de uma feira livre, leve-o para Samber City num domingão!
È possível encontrar a competição de gritos dos feirantes, com seus chamados criativos (e às vezes assustadores!), a pechincha básica e uma barraca de pastel onde são responsáveis pela iguaria são japoneses, que fazem a fritura usando hashi!
Após fazer o pedido, momentos de ansiedade!Os tambores do coração ecoavam e a saliva não cabia mais na boca...as sacolas escorregavam dos dedos...um misto de terror e paixão...quase uma novela das seis!
E aquela furadinha que a feirante dava bem no cantinho pastel, para ajudar a liberar o vapor??? Nooossa! Era o sinal supremo de que ele estava pronto para ser devorado...então chegava em minhas mãos o pastel mais maravilhoso e suculento do universo...hum...e com vinagrete em cima, ficava digno dos deuses!!!!
A degustação na feira era apenas o ínicio...como comprávamos para toda a família, o segundo tempo da brincadeira se dava em casa, com a galera atacando os pacotes para ver se era o seu e muito guaraná para acompanhar a festa...
Alguns dias a fome era tanta que começávamos a devorar o pastel brinde (a gente sempre ganhava, por conta da quantidade de pastéis que comprávamos!) aí terminávamos o dia sentadas em frente à TV jiboiando, lembrando daquele sabor delicioso..
Agora me dou conta que nessa hora faltava um chimarrão básico para ajudar na digestão!
Feira de Domingo de São Bernardo me aguarde!
Eu tô chegando !!!


por:Taís

19 julho, 2007

Luto Interestadual

Dizem que gaúcho não chora.Se por acaso alguma lágrima escorrer no rosto de um gaúcho é saudade do RioGrande.
Dizem que São Paulo é a terra da garoa. Terra cinza, com moradores frios e calculistas, que só se preocupam com o trabalho e lucro.
Mas as imagens que vi nesses últimos dias fazem cair por terra esses ditos populares.Não é só a saudade que amolece o coração do gaúcho e o choro manso, engasgado e sem fim fica tão parecido com aquela garoa densa, triste e paralisa qualquer paulista apressado e trabalhador.
Esta semana as cinzas de mais um acidente em São Paulo estreitou com sangue a ponte aérea Salgado Filho/Congonhas e este blog que surgiu da idéia de duas amigas separadas pela distância entre Porto Alegre e São Paulo fica de luto, cheio de tristeza e dor.
Itinerário tão comum em minha agenda e de meus amigos e familiares, não pude deixar de sentir aquele frio negro subindo a espinha.Poderia ser eu, poderia ser minha mãe, poderia ser minhas irmãs ou amigas.
Naquela noite bombeiros paulistas lutaram contra o calor do fogo que insistia em queimar, destruir, matar...naquela noite não teve garoa, e o choro não foi velado pelos gaúchos. Naquela noite,os dois estados se tornaram irmãos, mais uma vez.
Infelizmente (ou finalmente) esses momentos servem para nos fazer refletir sobre nossa conexidade, nossa união.Estamos, num primeiro olhar, separados, distantes...mas somos todos seres vivos, conectados na Teia da Vida, que pede, grita, implora por mudança...mudança de consciência, mudança de atos, mudança de Vida.
Precisamos deixar de agir como um vírus e voltar a agir como Seres Humanos, conscientes do impacto de nossos atos e responsáveis por nossos pensamentos e sonhos.
Se todos querem a Paz, por que ela não acontece?
Se todos querem ser Amados, porque nos dobramos para uma sociedade que nos controla pelo medo?
Se nós somos a sociedade, por que deixamos que tudo isso que nos machuca e faz sofrer continue acontecendo?
Busco a resposta meus amigos...ao mesmo tempo em que acalento os colegas que perderam conhecidos, amigos, ex-colegas de trabalho, familiares em mais um acontecimento fruto de nossos atos.
Por: gauchita triste

25 junho, 2007

Qualquer maneira vale a pena


Todo mundo sabe que o Rio Grande é terra de Macho. Que a grande fartura de anedotas sobre gaúchos afeminados é pura intriga da oposição. Eu acredito nisso com toda a força da minha alma. O Rio Grande do Sul é a terra dos homens mais lindos que eu já vi (sem desmerecer, logicamente, os representantes dos outros estados deste maravilhoso Brasil). Mas sei, também, que os nativos do solo gaúcho sobrem à pampa com essa história de que todo gaúcho é gay.

Tenho minhas teorias particulares para explicar essa fama - se certas, não sei. A primeira delas tem a ver com o jeito gaúcho de ser. Pode ser mera impressão pessoal, mas eu acho o homem gaúcho um dos seres mais cortezes e gentis que existem. Não sei como se dá o fenômeno da convivência prolongada com os referidos mancebos - afinal, sabemos que a herança cultural tropeira prima pelas tradições machistas. O que sei é que, até a página 9 (onde me foi dado conhecer até hoje), os gaúchos são a mais perfeita e fina flor do cavalheirismo. Educados, não te olham como se fossem te comer a qualquer momento. São poéticos. E são também facilmente capazes de desenvolver uma amizade sem intenções ocultas. Podem passar horas conversando com você, num papo bom mesmo, sem tentar te cantar, se perceberem que não é pra isso que você está ali. Não, meninos do Brasil, isso tudo não é sinal inequívoco de boiolagem. Mas contribui para a fama inventada para eles, acho eu, por outros que possivelmente sofrem com a falta de jeito ou medo de mulher (e afinal, machões, qual é o Homem que tem medo de mulher?).

Minha outra hipótese para a reputação piadística dos pampas tem a ver, dessa vez sim, com os gays gaúchos mesmo. Imagino que a terra daqueles que destruíram os relógios dos 500 anos de colonização (como eu soube numa elucidativa aula de história recente gaudéria, no último feriado) ou que serviu, orgulhosa, de primeira sede do Fórum Social Mundial, saiba um pouco como lidar com a diversidade e com aqueles considerados "malditos" pela tradição, família e propriedade. Ou seja, para além dos rincões do machismo ancestral, deve morar nos pampas um olhar de maior respeito e aceitação pela diversidade de gêneros e transgêneros. Também não privei da convivência gaúcha o suficiente para comprovar essa hipótese, mas penso que ali os casais homos devem ter menos medo de se mostrar. Ou, ao contrário, talvez tenham que se afirmar ainda mais para ter voz em meio a costumes tão tradicionais. Parece contraditório, mas uma terra que mistura tanto a tradição e a modernidade deve ser assim mesmo. Não cabe no simplismo das piadas.

Mas eu disse tudo isso, na verdade, para afirmar uma característica bem paulistana nesse quesito. Se o gaúcho carrega a fama, é a terra paulista a responsável por abrigar o maior evento do gênero do país e, algumas vezes, do mundo. A Parada Gay de 2007, que aconteceu no último feriado, reuniu na Avenida Paulista mais de 3,5 milhões de pessoas. Atualmente, é a maior festa anual da cidade. Reúne mais gente do que a corrida de São Silvestre ou o desfile das Escolas de Samba no Anhembi. Ultrapassa, em alguns anos, o número de pessoas da parada de São Francisco, nos EUA, símbolo pioneiro desse tipo de evento. Em 2007, levou para a rua simplesmente 2,5 vezes a população da cidade inteira de Porto Alegre.

Assistir ou participar da Parada Gay de SP é experiência única, independente da orientação sexual. Aí reside o grande trunfo do evento, responsável, a meu ver, pelo fenômeno de público: mais do que evento de luta, a Parada é sobretudo é uma Festa de Afirmação. Um gigantesco e colorido palco, onde todos podem ser o que quiserem.

E vale tudo. Trios elétricos carregados de anjinhos pulando só de sunga e asinhas. Carros de som com mulheres vestidas de deusas gregas, cantando Cássia Eller. Borboletas de dois metros de altura e 4 na envergadura das asas de purpurina, disparando bolinhas de sabão pelo ar. Bandeiras e mais bandeiras tremulando. Casais homos, casais heteros, amigos, e até crianças e vovós, prestigiando seus familiares. A Parada oferece cenas insólitas e divertidas para olhares despidos de preconceito, como a vovó que vai prestigiar o neto, um mulato 2x2 vestido apenas de bota, purpurina e tapa-sexo, arrasando na avenida. Ou a moça (?) de vestido de renda rodado, vermelhíssimo, à la Maria Antonieta, caminhando por entre as barracas da feirinha de antiguidades do MASP. Os halterofilistas tomando cerveja e ouvindo poemas ao lado da avenida.
É isso que esse evento oferece, na verdade: a oportunidade de treinar o olhar - ou destreiná-lo das coisas comuns, do senso de todo dia - e ver a liberdade invadir a principal a Avenida da cidade. Ver pessoas dançando, se abraçando e cumprimentando umas às outras ao sol, sem medo ou receio de olhares tortos. Uma loucura alegre, que pode até abrigar excessos em raros momentos (em qual multidão não os há?), mas cuja tônica - sempre! - é mostrar, com alegria, que todos tem o direito legítimo ao respeito.

Depois de dizer que eu fui à Parada Gay, em um dos anos passados, muita gente resolvia emendar em seguida ao meu comentário: "Eu também estava lá!". Ainda é um pouco difícil para muitos entender como um evento como esse pode reunir pessoas tão diferentes entre si. Eu, do meu lado, tenho orgulho em saber que minha cidade tem como maior marco de seu calendário anual uma passeata que celebra a Diversidade. E que mostra, mais uma vez, que a bandeira e o coração paulistanos foram e são feitos de muitas cores. :)


Por: Paulista que não pode ouvir It's raining man numa pista de dança! :)

21 junho, 2007

Com o Grêmio onde o Grêmio estiver!

“Quarta feira, 20 de Junho de 2007.
O relógio marca 18:00h.
Deixo meu trabalho e mesmo sem querer me reúno a uma multidão de mosqueteiros que lota ruas, carros e ônibus em direção à grande arena da noite: o Estádio Olímpico.
Nas ruas o trânsito não incomoda; as buzinas hoje são vozes, formas de comunicação entre torcedores, simpatizantes e até rivais!
Desde que moro aqui no Sul, meu respeito e esperança de que é possível ser torcedor apaixonado sem ser idiota ou burro aumenta a cada jogo.
Já tive oportunidade de escrever para vocês sobre a grande emoção da conquista do Inter: os “Sacis de Porto Alegre”.Hoje volto a falar de futebol e desta rivalidade sadia e divertida aqui do Sul.
Hoje o Hino Nacional tem sotaque gaúcho e as cores de nossa bandeira são preto, branco e azul.
O “imortal tricolor” entra em campo e da janela de casa posso ouvir a torcida gritando: “Grêmioooo...Grêmioooo”.... responsabilidade e esperança nas chuteiras dos representantes da Nação Gremista.

Um por todos e todos contra o Boca!

O desfecho desta história saberemos apenas ao final dos 90 minutos.Ou da prorrogação, já que para este destemido time nada é fácil... e impossível!"

Texto escrito as 22h.

Final do segundo tempo e infelizmente a Nação tricolor dormirá triste.
Porém, o orgulho de uma torcida não acaba com uma derrota, mesmo que seja doída e dentro de casa.
Como demonstração de solidariedade e amor à camisa, hoje as ruas continuavam cheias de mosqueteiros...
E que venha o Grenal!
Por:gauchita torcedora

13 junho, 2007

Imensa Capital Interiorana

Hoje pela manhã me deparei com uma cena que só em filmes eu assistia...
Ao sair para o trabalho, me deparei com casas, janelas, portas e jardins decorados com balões vermelhos, brancos e azuis e imagens de Santo Antônio dos mais diversos tipos e tamanhos.
Sim...hoje é dia de Santo Antônio e, como moro muito próximo à igreja construída em sua homenagem, pude sentir todo o poder de sua história, bem como da devoção de seus fiéis seguidores.
Quem me conhece sabe que não sou muito de templos e regras, mas uma das coisas que mais que chamou a atenção desde que fui morar no bairro Santo Antônio foi a missa realizada lá.
Primeiro por ser realizada por um Frei.Em seguida o fato de todo o ritual valorizar o sentimento de coletividade e resgatar valores de solidariedade daquela região.Não é “a paróquia” a ser valorizada, mas a Comunidade, que participa, contribui e produz toda aquela energia e coloca a mão na massa nas ações realizadas pelos grupos ligados à igreja.E por último a distribuição de pães feita ao final da missa: sempre lembrarei do dia em que meu vizinho (um senhor muito querido, por sinal) tirou da sacola um pão recebido na missa e deu para Cris e eu, como forma de benção ao nosso lar e à nossa união.Esse singelo ato despertou em nós o senso de coletivo, de participar daquele grupo.E hoje também compartilhamos com ele (e com quem encontrarmos no caminho) os pães que ganhamos por lá...
Aliás, a forma como se organiza a distribuição também é muito interessante: quem tiver vontade (e a maioria da comunidade tem) doa pães à igreja, que são colocados juntos em um grande cesto, à frente do altar.
Isso para mim é a grande prova de que quem realmente pode fazer milagres somos nós (mas isso é tema para outro post, em outro blog!)

Por essas o meu encantamento hoje pela manhã.Porto Alegre acordou com cara de cidadezinha do interior (com todo respeito e carinho).Aquele charme gostoso das pessoas que se conhecem e são cúmplices de uma crença, de um local.Senti-me parte disso e fiquei feliz, tocada por essa energia que há tempo não sentia (principalmente em ocasiões relacionadas à igreja...).
E gostaria de aproveitar esse espaço e desmistificar um pouco a idéia do Santo Antônio: que ele possa ser lembrado como protetor dos pobres, do auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas e amigo nas causas do coração e não apenas como Santo casamenteiro.Aliás, para mim ele sempre teve a forte ligação com a fartura (tanto de alimento como de saúde e harmonia no lar). Minha família sempre teve o costume de guardar um pão bento dentro do recipiente de mantimento, como garantia de comida durante todo o ano.Aqui no Sul o nosso pão está no pote de arroz e, para os curiosos, posso garantir que ele não mofa mesmo!!!

Para finalizar, uma frase atribuída ao padroeiro de 2007:

"Uma água turva e agitada não espelha a face de quem sobre ela se debruça. Se queres que a face de Cristo, que te protege, se espelhe em ti, sai do tumulto das coisas exteriores, seja tranqüila a tua alma."

Por: gauchita milagreira!

31 maio, 2007

Verão

Depois de tantos dias vivendo em um frio Polar, enfim um dia típico do Verão Gaúcho!
Hoje, deu até vontade de sair de regatinha...
Nos termômetros espalhados pela cidade, a maravilhosa marca de...

10 graus

Mas a previsão avisa: sábado chega uma nova frente gelada (fria é elogio...)
Jubs e Mônica: se preparem, o frio tá de rengear cusco!

Por: gauchita congelada

06 maio, 2007

Virada à Paulista!

Sabadão à noite. Programa: vestir uma roupa e um sapato confortáveis e aventurar-se pelas ruas do centro da cidade. Opções? Das 18h de sábado até as 18h de domingo, incluindo a madrugada. A Virada Cultural 2007 deixou tontos os interessados em acompanhar tantas boas atrações ao mesmo tempo.
Foi o que aconteceu a mim e à turma de amigos que foram conferir as atrações. Ao chegar ao centro, o carro em que estávamos, já de saída, foi ilhado por um mini-bloco de carnaval ao som de marchinhas antigas. Bela recepção.
Estacionado o carrro, seguimos em frente, entrando pelas ruas apinhaaaaaadas do centro da cidade. Gente de todos os tipos, muito agito. Procurávamos pelo show do Teatro Mágico. No caminho, porém, nossos olhos iam se distraindo com as atrações que aconteciam ao ar livre: o magnífico show de um casal vestido com roupas de baile, em bailado sensual e romântico - em pleno ar, suspensos por cordas, nas paredes do Shopping Light. Apenas um canhão de luz seguindo-os, além dos olhos de toda a multidão lá embaixo. Mais à frente, um pianista desfilava melodias, cercado por outra multidão. E shows de dança, de música, de frevo, de choro. Ballet Stagium dançando Chico Buarque no Vale do Anhangabaú. Um sonho.

Encontramos o Teatro Mágico. A rua São João, transformada em tapete humano, tomada pela multidão. Seguramente, mais de mil pessoas concorriam olhares para capturar um pouco do show. Depois de alguns minutos, desistimos de chegar mais perto. Rumamos para uma lanchonete e ficamos ouvindo a música do Teatro à distância, entre cachorros-quentes. Depois, outra decisão: vamos ao Ibirapuera, onde haveria uma roda de choro à meia-noite.

Para lá seguimos. Depois da espera de uma hora dentro do belíssimo teatro de Oscar Niemeyer, cena curiosa: uma ciranda se forma para entrar na sala de audição. Ninguém mandou, mas o formato do teatro e da passarela induzia as pessoas àquela dança involuntária em fila indiana. Espirais concêntricas, andando apressadamente, adivinhavam a beleza do show que estava para começar.
Lá dentro, pérolas de Adoniram, Pixinguinha e outros compositores mais recentes nos levam a uma São Paulo poética, que ainda nos espreita em uma ou outra esquina. Saímos de lá com sono e com leveza gostosa no coração.

No dia seguinte, mais de Virada. Espetáculo inesquecível: orquestra Bachiana Jovem, acompanhada de parte da bateria da Vai-vai e do coral de meninos do Projeto Guri, relê obras diversas - de Mozart ao tema de Noviça Rebelde. Chegamos atrasadas, mas com o pouco que vimos, já deu para voar a alma nessa tarde de domingo. Muitas coisas bonitas nesse pequeno espaço. A competência dos músicos. A beleza dos rostos jovens, de todas as cores, atrás de grandes instrumentos clássicos, atrás de microfones e de tambores de escola-de-samba, todos tocando juntos. A postura do maestro João Carlos Martins, exemplo de superação, que surpreendeu ao passar a batuta ao jovem maestro do Projeto Guri para execução da música final, com as seguintes palavras (tão raras nesse mundo de ovelhas, e ainda mais entre artistas de seu calibre): "aqui não temos esse negócio de inveja, competição. Aqui, temos amor pelo nosso trabalho e pela arte que representamos e vivemos. Tenho certeza de que essa orquestra sentirá orgulho se ser regida pelo grande maestro que é você".

Para finalizar, a constatação de que a cidade, que nunca dorme, tem espaço para todas as tribos e gostos. Saldo positivíssimo!

Por Paulista

PS - Sem esquecer a nota de tristeza pela confusão da madrugada de domingo no show dos Racionais, no Anhangabaú. Momento de desvario que, espero, não tire o brilho de um evento tão bacana e importante.

Mais uma pra contar


Grande encontro do Pastel com Chimarrão! Dessa vez, para curtir um fds à paulista... com direito a mega-desencontros (Deus Feno, em toda a sua glória, sempre presente em nossas vidas!), ônibus sem gasolina, corrida de 10 km e muita conversa boa pra pôr em dia.
No meio de tudo isso, dois programas bacanérrimos. O primeiro, exposição dos projetos de Leonardo da Vinci, na Oca, Ibirapuera. Algo além dos quadros já conhecidos do pintor renascentista: também seus estudos de física, biologia, e, sobretudo, seus sonhos de tirar os pés do chão. Mente do gênio, traduzindo anseios do coração de todos os homens.

Depois desse deslumbramento cultural, um mergulho naquela outra cultura, que faz SP ter a cara simpática de vila, de quando em quando: as feiras ao ar livre. Mais especificamente, da Liberdade, que já foi tema de texto aqui neste mesmo blog. Andar pelas barraquinhas, experimentar diferentes temperos, ver bugigangas fofas nas lojas tem sempre gosto bom numa tarde de domingo.

Para fechar o dia feliz entre irmãs, dois pensamentos do mestre... pra uma viagem mental em outros dias. E para lembrar que a vida sempre pode ser maior, e mais bela.

"Quando você tiver provado a sensação de voar, andará na terra com os olhos voltados para o céu, onde esteve e para onde desejará voltar."

"Quem não ama a vida não a merece."

(Leonardo da Vinci)

Até a próxima!

Por Paulista

12 abril, 2007

Mais uma sobre POA...

Câmara cria grupo para resolver situação dos gatos

Em reunião na manhã desta quarta-feira (11/4) com representantes do Fórum em Defesa do Bem-Estar Animal, a presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Maria Celeste (PT), determinou a criação de um grupo de trabalho para pensar uma solução para os animais que habitam as instalações do Legislativo, entre eles os gatos. Na reunião, também foi definido um prazo de 30 dias para o fechamento de todas as saídas dos porões da Casa, após a constatação de que não há bichos no local. “Com a criação do grupo queremos fazer um planejamento para que não tornem a ocorrer situações como a dos gatos, já que existem outras espécies de animais que circulam na Câmara”, afirma Maria Celeste.
A vereadora lembra que além do grupo de trabalho, o assunto pode ser abordado nas reuniões do Fórum do Bem-estar Animal, que acontecem mensalmente na Câmara.
Juliana Thomaz, do site da prefeitura de Porto Alegre.

Minha única dúvida é: o que eles entendem por RESOLVER a situação dos gatos....

Por: Gauchita

05 abril, 2007

Aromas da Semana Santa

Porto Alegre é mesmo uma cidade mágica e os exemplos dessa magia podem ser vistos em cada canto, em cada esquina...
Com a chegada da Semana Santa, renova-se a esperança.Chegam novos ares, e com eles, o aroma dos peixes!

Sim, peixes...

Uma das coisas típicas de Porto Alegre (quase um evento turístico) é a “Tradicional Feira do Peixe da Semana Santa”.Ela começa a ser montada logo na segunda feira, bem em frente ao Mercado Público e é realmente muito pitoresca.
Primeiro pelo fato de ser ao ar livre...de um dia para outro “surge” no meio da rua uma feira de peixe completa...cheia bancas e piscinas (sim, eles vendem peixes vivos..tipo um mini “pesque e pague”).
Quando vi tudo isso pela primeira vez, confesso que me assustei.Achei muito bizarro aquele tipo de comércio bem no centro da cidade, com aquele monte de gente engravatada passando em volta (para vocês terem idéia, imaginem uma feira de peixe bem no meio de Sampa...no meio da Paulista ou em frente a Bolsa de Valores..é a mesma coisa!)
Mas o melhor, o supra-sumo, o “tudo de bom” dessa história é o cheiro...
Imaginem acordar, se arrumar para o trabalho, passar aquele perfume básico e, a duas quadras de seu trabalho, enfrentar uma boutique de peixes...sem dúvida uma experiência enriquecedora e única!
No horário do almoço, outra leva de sensações: enfrentar o cheirão em pleno sol do meio dia!E depois encontrar mais peixe no buffet do restaurante!!!
E quando chove?Imaginem um “dia da lajota”, agora com suco de peixe nas poças!!!

Mas falando sério agora: o que mais me incomoda de toda essa história (sim, Porto Alegre também tem coisas que eu não gosto) é ver os bichinhos nadando felizes em suas piscinas e de uma hora para outra serem embrulhados e levados, ainda agonizando, pelos fregueses.
Coisas da vida, que eu ainda não aprendi a superar..
E o pior de tudo: Eu sou alérgica a qualquer tipo de peixe!!!!
Hahaha...Por esse motivo é que vou fazer minhas malas e curtir a sexta, o sábado e o domingão bem longe dessa feira: em Gramado...lá onde chocolate dá em árvores e os coelhinhos são de pelúcia!!!
Um ótimo feriado para vocês!!!


Por: gauchita aquariana, que gosta só de peixe vivo!

01 abril, 2007

As quatro estações pelo Brasil

Hehehehe...

30ºC ou mais
- Baianos vão à praia, dançam, cantam e comem acarajé.
- Cariocas vão à praia e jogam futebol.
- Mineiros comem um "quejim" na sombra.
- Paulistas (todos) estão no litoral e enfrentam 2 horas de fila nas padarias e supermercados da região.
- Gaúchos esgotam os estoques de protetor solar e isotônicos da cidade.

25ºC
- Baianos não deixam os filhos saírem ao vento após as 17 horas.
- Cariocas vão à praia, mas não entram na água.
- Mineiros comem um feijão tropeiro.
- Paulistas fazem churrasco em suas casas do litoral. Poucos ainda entram na água.
- Gaúchos reclamam do calor e não fazem esforço, devido ao esgotamento físico.

20ºC
- Baianos mudam os chuveiros para a posição "Inverno" e ligam o ar quente das casas e veículos.
- Cariocas vestem um moletom.
- Mineiros bebem pinga perto do fogão à lenha.
- Paulistas decidem deixar o litoral. Começa o trânsito de volta pra casa.
- Gaúchos tomam sol no parque.

15ºC
- Baianos tremem incontrolavelmente de frio.
- Cariocas se reúnem para comer fondue de queijo.
- Mineiros continuam bebendo pinga perto do fogão à lenha.
- Paulistas ainda estão presos no congestionamento na volta do litoral.
- Gaúchos decidem subir um pouco o vidro do carro, ao dirigir.

10ºC
- Decretado estado de calamidade na Bahia.
- Cariocas usam sobretudo, cuecas de lã, luvas e toucas.
- Mineiros continuam bebendo pinga e colocam mais lenha no fogão.
- Paulistas vão a pizzarias e shopping centers com a família.
- Gaúchos botam uma camisa de manga comprida.

5ºC
- Bahia entra no Armageddon.
- César Maia lança a candidatura do Rio para as Olimpíadas de Inverno.
- Mineiros continuam bebendo pinga e quentão ao lado do fogão à lenha.
- Paulistas lotam hospitais e clínicas devido a doenças causadas pela inversão térmica.
- Gaúchos fecham as janelas de casa.

0ºC
- Não existe mais vida na Bahia.
- No Rio, César Maia veste 7 casacos e lança o "Ixxnoubórdi in Rio".
- Mineiros entram em coma alcoólico ao lado do fogão à lenha.
- Paulistas não saem de casa e dão altos índices de audiência a Gilberto Barros, Gugu Liberato, Luciana Gimenez e Silvio Santos.
- Gaúchos fazem um churrasco no pátio... antes que esfrie. :)

Por Paulista... voltando do engarrafamento em Campos do Jordão :)

28 março, 2007

É nóis

Bom, não vou aderir ao espírito belicoso dos últimos posts aqui escritos (apesar de espirituosos, reconheço, rs). Nem vou tentar me explicar. A ausência não se justifica. Mas, apenas em sinal de bandeira branca, posto aqui duas belas imagens (ambas do Guaíba) de minha última passagem pelas mui formosas terras gaúchas. Porque, parafraseando Guimarães Rosa, esses pampas são mesmo sem tamanho. :)



Em breve, I swear, mais notícias das plagas paulistas, dessa vez, pra variar.

Paulista abduzida

Peleia Braba II

Dando continuidade a minha campanha pela participação efetiva do lado paulista nesse blog, publico agora o comercial da Cerveja mais famosa daqui, que carinhosamente lembrou da paulistada em seu último comercial (que a Jú não gostou muito, segundo o Cris)...
Exatamente por ela não ter gostado é que resolvi publicá-lo!!! (baaahhhhhh!!)

Para quem ainda não conhece, a POLAR é uma cerveja que só é vendida no Rio Grande do Sul, por isso é chamada de "NO EXPORT". Todos os comerciais destacam essa característica e mostram, de forma descontraída, tentativas frustradas de levar a estimada bebida para outros lugares, mas nunca ela sai.
É exclusividade gaúcha!
Segundo o próprio site da AMBEV:
“O slogan “A melhor é daqui” identifica a relação que o povo do Rio Grande do Sul tem com este produto e reúne toda a tradição e qualidade em uma cerveja feita por gaúchos para gaúchos."
Eu provei e aprovei.E confesso:na hora da cervejinha com pastel, não penso duas vezes:
- Tchê, tem POLAR??
hahaha espero que gostem!
www.youtube.com/watch?v=pRAMHY364Is

Por: gauchita farroupilha, rumo à revolução!

27 março, 2007

Peleia Braba

Pessoas,

Embora seja ridícula a disputa entre estados brasileiros, me senti obrigada a apelar a este recurso para chamar a atenção da “ala” paulista de Blog.
Sempre divulgamos as coisas poéticas dos dois estados e este post não tem como objetivo iniciar uma guerra entre os pólos.A idéia aqui é tentar estimular a contribuição e permanência da mana Jubs nesse espaço, que há muito se encontra dominado pela gauchada (hihi).
Bom, vou começar com algo bem cultural (hehe) porque não sou bagaceira.Mas não me responsabilizo pelos comentários!


Por: gauchita solitária

Você reconhece um paulista quando ele...

:: Se sente emocionado quando olha p/ o céu e vê estrelas;
:: Ao dirigir, fica satisfeito quando consegue andar 100 metros sem parar;
:: Tem medo da polícia;
:: Ao ouvir dizer que algum lugar é longe, já pensa em ir de metrô;
:: Acha estranho uma cidade sem prédios;
:: Você passa a semana inteira esperando o fim de semana p/ se espremer na balada;
:: Acha normal andar c/ um guia de ruas no porta-luvas do carro;
:: Sabe que não é nada bom morar na Zona leste;
:: Você chama os amigos dos seus pais de "tio" e "tia";
:: Você vê alguém fazer uma barbeiragem no trânsito e diz "Ô baianada"
:: Não importa o tamanho do feriado... sendo feriado, corre p/ praia.
:: Acha linda a natureza do Parque do Ibirapuera.
:: Você não conhece nem 10% da sua cidade.
:: Fica indignado quando alguém de fora conhece algo em São Paulo que você não conhece;
:: Acha o máximo que todos os shows internacionais sejam em São Paulo e fica puto por que o Rock in Rio é no Rio;
:: Você odeia carioca, não suporta ouvir os "R" arrastados e os "S" com som de "X" pronunciado por eles;
:: Não conhece Ipanema, Copacabana, o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar... e não faz a mínima questão de conhecer;
:: Adora andar em shopping, comer em shopping, gastar dinheiro em shopping, e fica indignado quando viaja para algum lugar em que o único shopping tem apenas um piso;
:: Quando vai a outra cidade, fica indignado quando há ruas não asfaltadas;
:: Sua loja de disco favorita é a Saraiva Music Hall;
:: As suas primeiras amizades foram feitas no prédio em que mora;
:: Conhece pelo menos cinco obras assinadas por Paulo Maluf;
:: Se chove, reclama das enchentes. Se não chove, reclama da seca da falta de água e do excesso de poluição;
:: Você ouve seus amigos comentarem: "Mina mó gata, tá ligado?";
:: Tem orgulho da Avenida Paulista, mas odeia passar por lá;
:: Acha estranho cidades sem McDonald's, Habib's ou Pizza Hut;
:: No inverno, vai para Campos do Jordão;
:: Você classifica "natureza" como substantivo abstrato;
:: Sabe o que é uma mina;
:: Você se enquadra em alguma dessas classificações: boy, nerd, surfista, skatista baiano, ou mano;
:: Diz "vou ao shopping" sem ter a mínima idéia de onde vai;
:: Sai a 1 da manha do sábado de casa e ainda não escolheu em qual balada vai;
:: Acha que a única universidade boa que existe no Brasil é a USP;
:: Não entende as pessoas de outras cidades que se arrumam p/ ir ao McDonald's.
:: Conhece mais o Guarujá do que São Paulo;
E, como não podia deixar de ser, sabe que São Paulo é poluída, tem transito, pessoas correndo por todo o lado, um verdadeiro inferno, mas não deixa de morar em São Paulo por nada nesse mundo

Dicionário Paulistanês

:: MEU - nativo de "São Paulo"
:: MINA - feminino de "meu"
:: SHOPIS - Local onde os "meu" se encontram para compras e lazer, e também para substituir a alta da praia.
:: CHOPS - bebida preferida dos "meu". Rara palavra paulistana com "s"
:: PASTEL - Acompanha o Chops... (sempre em dois). Ex.: " Um chops e dois pastel
:: US CARA - Aglomerado de "meu"
:: GUIA - Limite do calçamento dos "meu"
:: MARCELINHO - Denominação de carioca aceito pelos "meu"
:: BOLACHA - O mesmo que biscoito
:: AEROPORTO - Local transcendental onde os "meu" refletem sobre a existência da letra "s", vendo "us avião subi e decê"
:: "ORRA, MEU!" - Normalmente, as primeiras palavras dos "meu" ao nascer.
:: "NUM TÔ INTEIINNNDEIINNNDO" - Expressão muito usada pelas "mina" para dicar que não nnnteiinnderam nada.
:: FAROL - Embora não passe nenhum navio em "SPaulo", tem em toda esquina.
:: "UÉ!" - O mesmo que "Uai" para o mineiro
:: PIZZA - Alimento básico de todo sábado (sem catchup)
:: RODÍZIO - Tem de vários tipos, até de carro.
:: CURINTIA - Time de futebol, conhecido no resto do país como Corinthians
:: MINHOCÃO - Não se assuste se o motorista sugerir que quer pegar o minhocão ... É apenas um elevado (tipo Paulo de Frontin)
:: PERUA - Não é nenhuma mulher que se arruma toda para ir ao açougue com cachorrinho debaixo do braço. É apenas o veículo que leva e traz os "meu" as "mina".
:: CARTA DE MOTORISTA - Não, não é nenhum bilhete apaixonado escrito à mão elo motorista para sua mulher. É a "Carteira de habilitação dos "meu"
:: BENGALA - Não é apoio pra cego, é o pão francês de 200g

Fonte: http://revistaturismo.cidadeinternet.com.br/humor/paulista.html

22 março, 2007

Porto Alegre é Demais! ;)

As comemorações para o aniversário da cidade de Porto Alegre já começaram.E como o orgulho gaúcho não é segredo para ninguém, ter o que comemorar é só mais um pretexto para encher o peito e dizer: “Moro em Porto Alegre”.
E a cidade, em sintonia com o sentimento de seus moradores retribui, com dias maravilhosos e muitos eventos que fazem a gente lembrar do aniversário a cada hora, a cada dia.
Aqui, um dia não é suficiente para se comemorar.É preciso uma semana inteira.Se você perguntar a um porto alegrense:”Quando é o aniversário de Porto Alegre?” ele provavelmente te responderá: “ Na semana tal”.
A explicação mais criativa para esse fato chegou aos meus ouvidos hoje de manhã:

- É que Porto Alegre não é cidade para ser construída em um dia.Deus levou sete dias para terminá-la.No Domingo, parou e foi descansar, tomando um mate na Redenção.

É...vejam o que é o amor por essa cidade.E as campanhas publicitárias, que invadem as ruas e as Tvs, seguem a mesma linha “modesta” de ser!!!
Hoje de manhã fiquei arrepiada com o outdoor do Hipermecado Big...além de criativos, fazem o coração bater mais forte de orgulho e deixam na boca uma vontade enorme de gritar como essa terra é linda e tem encantos...daí, como não posso sair gritando,resolvi escrever esse post!
Procurei como louca essa campanha na internet, para compartilhar como vocês um pouco desse clima maravilhoso, mas não encontrei....
Rapidamente lembrei de outra campanha, que outro dia me fez chorar de emoção, lembrando as primeiras viagens que fiz a essa abençoada terra. Meus coleguinhas conseguiram captar a emoção exata que se sente quando..enfim...vocês precisam ver o filme para entender...
Abaixo segue o link da belíssima campanha produzida pela agência Matriz. É só clicar no link: “Assista ao vídeo homenageando Porto Alegre”, logo abaixo, à direita do vídeo. Assim que conseguir imagens das outras campanhas, vou publicando aqui pra vocês babarem de INVEJA!!! Hahaha!

http://www.zaffari.com.br/zaffari/capa/capa.php


http://www2.portoalegre.rs.gov.br/semanapoa/


Por: gaúcha tri faceira

19 março, 2007

Só aqui mesmo!

EQUINÓCIO DA BRUXA SOLIDÁRIA EM SHOPPING DE CAXIAS

Equinócio da Bruxa Solidária já beneficiou 15 entidades do Estado
O tradicional Equinócio da Bruxa Solidária do Mercado da Bruxa, em um Shopping de Caxias, mais uma vez reúne magia e responsabilidade social. Até 25 de março, todos os clientes que doarem um quilo de alimento não-perecível, na loja, serão presenteados com um Saquinho da Fartura, um pequeno talismã confeccionado para atrair prosperidade e abundância. Ao mesmo tempo em que as pessoas colaboram com entidades assistenciais, para quem serão entregues as doações, estarão mantendo viva uma tradição celta.
Na antiga celebração, os povos comemoravam a chegada do equinócio de outono, em 21 de março – quando dias e noites têm a mesma duração –, com uma grande festividade para comemorar a colheita. Para adaptar a festa aos dias atuais, o Equinócio da Bruxa Solidária surge numa forma simbólica de agradecer a colheita do ano que passou, tanto a colheita da terra, como a de conquistas e bênçãos pessoais, com a doação de alimentos.
“Pretendemos arrecadar meia tonelada. No ano passado, recebemos 300 quilos de alimentos”, afirma Lindomar Pivotto, proprietário do Mercado da Bruxa, destacando que a entidade beneficiada será definida ao longo da ação. “Para escolher a entidade, vamos contar com a indicação dos locais que mais precisam por madrinhas da ação”, explica. O Equinócio da Bruxa Solidária está em sua quinta edição e já beneficiou 15 entidades do Estado.

Por:gauchita antenada

13 março, 2007

Chuva no coração


Interrompendo meu silêncio (indevido) neste blog, venho agradecer, também neste espaço, pela contribuição mui bela de nosso amigo internacional... e aproveito o embalo para lembrar uma bela obra de Alceu Valença, que com muita poesia canta os laços que nos unem aos mundos de além-mar. Porque nada como uma boa chuva (ou garoa, para alguns) para lavar e trazer vida nova à alma. :)

Loa de Lisboa

Dançando na chuva
E cantando essa loa
Na Cidade Alta
Da velha Lisboa
Lembrei o poeta
Fernando Pessoa
E a chuva chovia
Mas eu estava à toa
E a chuva chovia
Mas eu estava à toa
Que a chuva chovesse
Ou virasse garoa
Dançando na chuva
E cantando essa loa:

Chove chove chuva fria
Chove na Cidade Alta
Chove sobre a mouraria
Chove na Cidade Baixa

Ao pé de uma praça
Chamada alegria
Havia uma rua
Que responderia
O porquê dessa chuva
Sem filosofia,
A grande verdade
É que a chuva chovia
A grande verdade
É que a chuva nascia
Na rua Mãe d’Água

07 março, 2007

Representante Internacional

Olá amigos!
Vejam só...nosso blog extrapolou fronteiras e recebe, em primeira mão, a contribuição de um jovem gaúcho que fez uma viagem para Espanha e resolveu compartilhar aqui neste espaço suas impressões e seus sentimentos sobre essa "aventura".

Márcio participa do projeto que eu (Taís) faço parte aqui no meu trabalho e, quando apresentei este espaço para ele, surgiu a idéia de uma contribuição internacional!

Então vamos deixar de conversa e publicar o texto do "gajo. Aliás, esta é uma boa oportunidade para vocês terem contato com o "jeito gaúcho de falar" ;)

Muito obrigada Márcio! Adoramos sua contribuição!

"A saudade é enorme, parece que não tem fim.
Minha viagem tá chegando ao fim. Tenho, sim, vontade de voltar. De chegar. Mas ao mesmo tempo, não me falta vontade de ficar.
Queria poder trazer todos os meus amigos (ou os mais importantes), aqui pro meu lado, pra passar os domingos no parque Del Retiro ou na Plaza de España; pra ver o pôr do sol no Templo de Debot... com todos. Já é comprovado pra todo gaúcho e/ou morador de Porto Alegre que o pôr do sol mais bonito do mundo é o do Guaíba, mas quando se junta: um mês de saudade, um dia lindo de sol e frio, Música GAÚCHA (papas e armandinho), com uma pitada de sentimentalismo e se joga tudo isso aqui, no Templo de Debot.... bom, o resultado é.... digamos.... MÁGICO.
Antes de vir pra cá estive na Plaza de España, que está logo ali, do outro lado da rua. Pode não ser a praça mais linda que eu conheci, mas é com certeza a praça mais.... mais.... aconchegante, SIMPÁTICA ;)
Aqui tu pode ficar horas sentado olhando as pessoas e pensando na vida, como eu fiz.
Música. Movimento. Saudade. VONTADE.
Sensações se misturam aqui, sentimentos, olhares, VIDA.
O típico lugar que tu encontra pessoas que passeiam alegremente com seus cachorros; um bom lugar pra se tomar um chimarrão, apesar de não haver um; onde se vêem senhoras e senhores que parecem estar vivendo um dos momentos mais felizes, quando apenas fazem suas tradicionais reuniões, de jogar conversa fora; TURISTAS, típicos com máquinas fotográficas no pescoço, mochila nas costas e coca cola na mão; casais de namorados, daqueles que tu não quer nem ver, que te fazem sentir mais saudades ainda, de um alguém mais especial.
Por esse mês eu andei por tudo, conheci tudo. Me ocupei. Mas de todos os lugares que passei esses foram os melhores, mais bonitos, MAIS ESPECIAIS. Me pegaram: ‘no ponto fraco de uma terça-feira modorrenta.’
Logo to chegando e já não agüento mais de saudade. É bom sair, conhecer, se acalmar um pouco, mas depois, VOLTAR. DIFERENTE de sempre e continuar.

Quando puderem, conheçam essa cidade. UMA EMOÇAO A CADA ESQUINA."

26 DE FEVEREIRO 2007. Por: Márcio Westphalen


Tuuudo de bom!
Por: gauchita orgulhosa

22 fevereiro, 2007

A arte que abraça

Um final de tarde, um rio, um pôr do Sol.
Ao lado da Usina, um grupo de doidos* grita, se mexe, dança..lançam palavras ao vento...
Ao redor, gatos pingados curiosos, sentados na calçada, admiram boquiabertos a história que, para alguns é mais que batida e para outros, incrível novidade.
Silêncio total.O que se houve são palavras fortes e verdadeiras, trazidas pelo vento.
O palco está armado, a platéia está encantada.O feitiço da arte se alastra, tomando o coração de todos que por ali estão.
Um louco grita de uma janela da Usina..o texto encanta, o sol baixa seu véu.
Os gatos continuam pingados e congelados pela atmosfera..o tempo parou...
De repente, o boneco azul morre.A morte, Ser implacável, sai de cena com ar de vitoriosa.
Mal sabe ela que sua morte faz nascer uma luz para um povo sofrido e precisado de sonhos e ideais.Um tambor começa a tocar..um triângulo...violas e rapidamente o Sul vira Sertão e todos nós somos cangaceiros..os quadris começam a se mexer inconscientemente.O sangue esquenta..o corpo treme..quer dançar, quer fazer parte, quer gritar...
Dois pequenos gatos pingados se levantam (sempre as crianças) e se metem no grupo..a música aumenta..agora somos todos parte do espetáculo...
Uma roda gira e com ela um senhor muito simples conquista espaço nessa sociedade excludente e ignorante. Ele bate palmas, dança, abraça os artistas, participa.
Agora somos todos iguais, somos todos irmãos...

Mas não era para ser assim sempre????

Agora temos lágrimas nos olhos
O sonho tornou-se realidade...
E depois dizem que o povo não gosta de cultura...
Experimenta dar um espaço...


“Deixe-me viver
Deixe-me falar
Deixe-me crescer
Deixe-me organizar
Quando eu vivia no sertão
Aos pés de quem devia me mandar
Gemia, calo e dor nas minhas mãos
A canga era pesada pra levar
Aí apareceu pelo sertão
Um Monte que passou a cativar
Tão belo que ajuntou o povo irmão
Patrão e opressor não tinha lá
Canudos outra vez vai florescer
A vida como um galho vai Frondar
A luta pela terra gera o pão
Amores vão de novo começar
Canudos se espalhou pelo país
Embora os tubarões queiram morder
Na roça e na vila, o que se diz: O povo organizado vai vencer
Deixe-me viver
Deixe-me falar
Deixe-me crescer
Deixe-me organizar”


* Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveis, Teatro popular e democrático, com a peça “Saga de Canudos”.

Por: pequena gauchita anarquista

21 fevereiro, 2007

Um brinde à amizade!


Uma das coisas que mais me chamou a atenção quando visitei pela primeira vez o Rio Grande do Sul foi a hospitalidade do povo gaúcho.
Orgulhosos de sua história e de seus feitos estão sempre prontos a te apresentar os lugares importantes de suas cidades, as músicas, os costumes, o vocabulário..e quando você se dá conta, está sentada à beira de uma fogueira, tomando chimarrão e contando causos!
Foi assim comigo.Apaixonada por esta terra e por este povo fui aos poucos absorvendo este costume de receber bem cada um que aqui pisa.
E qual foi minha surpresa quando a ponta paulista desse blog informou sobre sua visita aos Pampas durante o Carnaval.
Alegria geral. É sempre bom matar a saudade e poder mostrar um pouco mais da beleza de nossa terra.Principalmente se a visita for regada a bons vinhos e champanhes da Serra Gaúcha!
Neste primeiro post sobre esta viagem, gostaria de agradecer à mana Jubs por ter escolhido o Sul como destino para seu carnaval e dizer que estou muito feliz e confortada por ter alguém que amo muito pertinho de mim!
Grande Beijo mana!

Aos que ficaram com ciúmes, as portas estão abertas!!!


Por: gaúcha orgulhosa de sua terra e de seus amigos

16 fevereiro, 2007

Umas e Ostras de Floripa

Retorno a este blog interestadual, agora recuperada do inferno astral e da depressão pré-pós e durante a comemoração dos meus 2.9 aninhos...
Meda..nem vamos falar sobre isso...prefiro extrapolar o limite SP-RS desse blog trazendo alguns causos de minha passagem por Floripa...espero que gsotem.

Mana Jubs, mais um fato histórico para nossa amizade:escrevi esse texto ontem à tarde e não publiquei pois estava sem a foto.Chegando em casa me deparo com seu belo e carinhoso presente, que "Literalmente" "Devorei" (desculpe os dois trocadilhos..) ontem mesmo.
Coincidência? Não..prefiro chamar de destino mesmo!!!
Muito obrigada pelo presente.Amei cada página!Beijão!
Agora vamos ao texto!!!


Florianópolis é chamada de Ilha da Magia.O encanto começa a fazer efeito no momento em que o ônibus atravessa a ponte que liga o continente à insula Catarinense.
Imaginar que os próximos dias serão vividos sobre “um pedaço de terra cercado de água por todos os lados” desperta um espírito de aventura e convida para uma nova forma de curtir a vida e nossa mãezinha terra.
O apelido cai como luva, uma vez que cada rocha, cada onda e cada sussurro do vento se tornam místicos e míticos, te envolvendo em brumas de alegria, emoção e gratidão por estar viva.
Os feitiços são vários e estão todos ali, bem aos olhos dos inúmeros visitantes.Não têm medo de serem descobertos e algumas vezes se atiram a seus pés para serem admirados...mas é preciso ter olhar atento e curioso para saber recolher cada ingrediente necessário ao feitiço maior.E como sou bruxa de pai e mãe e adoro trocar receitas, aí vai uma infalível para curar mau humor, dor de amor, cara feia, dor de barriga e tudo o mais que impede a gente de ser feliz!

Ingredientes:
:: Dezenas de peixinhos coloridos que nadam em torno de suas pernas;
:: Litros e litros de água transparente digna de filmes românticos da sessão da tarde (pode ser salgada ou misturada com água da Lagoa);
:: Uma dúzia de siris brincalhões de patas azuis, que adoram beliscar em baixo dos pés enquanto você corre para encarar as marolas;
:: Metros e metros de renda de Bilro, confeccionadas pelas lendárias “Rendeiras de Floripa”;
:: Kilos de areia fofa e sedutora da Praia Mole;
:: Uma tarde de Paz e silêncio em Naufragados;
:: Três xícaras de conchinhas coloridas recolhidas ao pôr do sol em diferentes praias da Ilha (Fê, sua encomenda está garantida!);
:: Um cartão postal para matar a saudade da mãe;
:: Algumas horas de caiaque na Lagoa da Conceição, em meio à briga entre os ventos Sul e Nordeste;
:: Um céu misterioso capaz de acordar nublado e almoçar azulzinho...
:: Três barcos de pescadores simples, mas com uma riqueza e conhecimento sem tamanho;
:: Uma peruana mui querida capaz de transformar seu astral usando apenas um tererê;
:: 40 minutos de trilha em meio à floresta nativa para encher os pulmões de ar fresco e os olhos de beleza;
:: 10 borboletas coloridas para enfeitar e indicar o caminho da trilha;
:: Alguns manezinhos da Ilha, para lembrar o Brasil tem uma língua rica em dialetos e sotaques;
:: Uma pitada de criatividade açoriana, capaz de criar nomes muito originais para seus restaurantes à beira-mar, como: “Maria vai com as Ostras”, “Ostradamus” e “Umas e Ostras”, emprestada para o título desse post;
::Trinta gotas de “Floral dos Deuses”, composto pelo sopro de Éolo, pela Luz de Apolo e pelo Sol de Hélio, alguns urubus e muitas andorinhas para garantir um vôo seguro, tranqüilo e lindo para o maridão Cris aventureiro do Parapente;
:: Dois copos de água de melissa para garantir a sanidade dessa que vos escreve enquanto o amado se diverte no céu:
:: Uma Figueira centenária,
:: Um boi de mamão, para dar graça, folia e cultura ao caldo;
:: Uma feirinha de artesanato, porque ninguém é de ferro!
Modo de Preparo:
Junte tudo no caldeirão e beba de um só gole. (menos o meu marido, por favor! Esse é exclusivo da minha receita !!!).
Não se preocupe se algum ingrediente ficar de fora ou cair em demasia...aqui tudo é permitido e o feitiço só pode dar certo.Não há contra indicações, nem reações adversas.
Passado o efeito, o que pode acontecer é uma grande saudade invadir o peito.
Foi assim comigo.
Meia noite peguei o ônibus e virei abóbora.
Não é permitido levar o feitiço para fora dos limites da Ilha.
É por isso que Floripa continua mágica.
Hoje e sempre!

Por: neo gaucha negona até sabe Deus quando!

14 fevereiro, 2007

É festa, meu!


Hoje é data mui especial. Não, não é por causa do feriado gringo de San Valentin, hehe... é que hoje aniversaria a parte neo-gaúcha deste blog. Parabéns, mana!!! Que todos os deuses e deusas iluminem seu caminho sempre, te trazendo alegrias que nem mesmo você teria pensado em sonhar. :)

E em homenagem à data, posto abaixo um textículo igualmente interessante sobre os 10 mandamentos para a bebida típica gaúcha. Depois vocês me confirmem, por favor, a veracidade das observações. :)

Bjos mil, parabéns!!
Paulistinha

Os 10 Mandamentos do Chimarrão

(Informação do Movimento Tradicionalista Gaúcho)

I- Não peças açúcar no mate
O gaúcho aprende desde piazito por que o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, apenas amargo. Mas, se tu és dos que vêm de outros pagos, mesmo sabendo, poderás achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar neste pedaço de Brasil: pedir açúcar. Pode-se pôr água, ervas exóticas, cana, frutas, feldspato, dólar etc., mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites; pede uma Coca-Cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.

II- Não digas que o chimarrão é anti-higiênico
Tu podes achar que é anti-higiênico pôr a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma Coca-Cola com canudinho. O canudo é puro como água de regato (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).

III- Não digas que o mate está quente demais
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume e não te fresqueies. Se, porém, te julgas perfeitamente igual às demais, fazes o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vais adorar o chimarrão de lá.

IV- Não deixes um mate pela metade
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Com o cachimbo da paz cada um dá uma tragada e passa-o adiante. Já o chimarrão, não. Tu deves tomar toda a água servida, até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento seguinte.

V- Não te envergonhes do ronco no fim do mate
Se, ao acabar o mate, sem querer fizeres a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar um mal-educado. Este negócio de chupar sem fazer barulho vale para Coca-Cola com canudinho, que tu podes até tomar com o dedinho levantado.

VI- Não mexas na bomba
A bomba do chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesmo, da erva-mate ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas, por favor, não mexas na bomba. Fale com quem lhe ofereceu o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.

VII- Não alteres a ordem em que o mate é servido
Roda de chimarrão funciona como cavalo leiteiro. A cuia passa de mão em mão sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do Estado.

VIII- Não "durmas" com a cuia na mão
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando ... E às vezes, te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudério ... Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar e sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que esta tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer da cuia que está em tua mão. Fala quando quiseres, mas não te esqueças de tomar teu mate, que a moçada tá esperando.

IX- Não condenes o dono da casa por tomar o 1° mate
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro e quem toma está te prestando um favor.

X- Não digas que chimarrão dá câncer na garganta
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pegas na cuia, que irás dizer, com ar de entendimento, que chimarrão é cancerígeno. Se aceitastes o mate que te ofereceram, toma e esquece o câncer. Se não der para esquecer, faze o seguinte: pede uma Coca-Cola com canudinho que ela ... etc., etc ...