28 agosto, 2007

Fandango* no Pastel com Chimarrão

A comemoração está atrasada, mas não tá morto quem peleia...vamos lá!

Há um ano atrás, Juliana e eu nos desafiamos criar esse cantinho, para dividir com amigos, colegas e simpatizantes um pouco das culturas e lamúrias paulistas e gaúchas.

Incentivadas pelos inúmeros blogs de nossas amigas (a própria Jubs tinha dois na época!) nos entregamos a esse mundo virtual, com a expectativa de diminuir a distância entre nós.

E como foi boa essa experiência.Desde o início tive muitos aprendizados.

Primeiro, aprender a dividir com uma grande amiga um espaço virtual, estando a dois estados de distância (isso para mim era quase casar em morar em casas separadas!).

Segundo, desafiar meus medos e traumas internos: de ficar sem idéias; de ter idéias, mas não saber expressá-las; de expressá-las e ninguém gostar...

Mas passado esse susto inicial, comecei a gostar desse lance de contar para um número maior de pessoas um pouquinho da belíssima cultura gaúcha, que estou adorando descobrir desde de minha mudança para Porto Alegre.

E qual foi meu espanto quando comecei a ouvir e receber os comentários e e- mails elogiando os textos e a iniciativa de unir os estados do Rio Grande do Sul e São Paulo.

Bom, sobre a qualidade dos textos posso dizer que sou muito privilegiada, pois ter uma companheira de teclado como a Jubs é uma grande bênção...além de publicar textos extremamente belos e bem escritos, minha mana do coração sabe muito bem como deixar “a bola picando” e muitas vezes me inspirei em seus posts para escrever sobre algum assunto!

Sobre a criatividade dos temas, só tenho a agradecer a esta terra bendita e imensamente bela, onde tudo se transforma em poesia e as viagens se tornam doces descobertas.

Não posso deixar de fazer uma homenagem à minha querida caderneta de papel reciclado (esse lance de ter uma caderneta a tira colo também veio com a convivência junto às amigas jornalistas!), minha querida companheira, onde eu anotava todas as idéias e temas que vinham à minha mente durante as viagens, os passeios e até mesmo no dia a dia de trabalho.Abruptamente retirada do seio familiar (porque no “Paraíso” também tem assaltantes e muita miséria), lá se foi minha caderneta e ótimas idéias para textos...algumas lembrei e cheguei a publicar, outras se foram para sempre...

E nesse momento sublime, agradeço aos meus consultores gaúchos, que me ajudaram nas horas de incerteza, servindo corajosamente como tecla “sap gaúcha” para alguns termos que eu nem tinha idéia do que significavam: Cris, Alice e Márcia recebam meu muito obrigada!

Para finalizar, convido todos a darem uma passeada pelo histórico do blog, ler, reler, conhecer, ficar com vontade de visitar, enfim..desfrutem desse espaço que serve de pouso para os tropeiros amigos e se abanque, pois a mateada já vai começar!

E como não pode faltar uma cantoria na festa, vamos comemorar ao mais típico estilo crioulo:

“Parabéns, parabéns

Saúde e felicidade

Que tu colhas sempre todo dia

Paz e alegria na lavoura da amizade

Que tu colhas sempre todo dia

Paz e alegria na lavoura da amizade

Que deus velho te conceda com a sua benevolência

muitas e muitas campereadas na invernada da existência

Reunidos no mesmo afeto te abraçamos neste dia

e para que siga a festança repetimos com alegria”

* O termo Fandango pode ser usado para o baile, como também o estilo de música/dança típica.

Por: Gauchita

03 agosto, 2007

Eu vou comer pastel de feira!

Sim..esse final de semana vou tirar o pé da lama...
Vou deixar um pouco de lado meu "quase sotaque gaúcho" e retornar às minhas origens paulistas...
Deixar o chimarrão sem erva e me entregar às delícias de um maravilhoso pastel de feira.
Temos pastéis maravilhosos aqui em POA também (o pastel com borda não me deixa mentir), mas nada mais paulista do que acordar cedo do domingão, vestir aquele moletom amassado de final de semana, botar uns trocados no bolso e ir à feira!
Na minha família esse ritual é milenar e passado de mãe para filha.Todos fizeram, fazem e farão feiras, no grande estilo italiano/espanhol de ser...
Esse ato envolve um grande número de detalhes que vão desde a preparação da lista de compras até a forma de armazenagem e transporte dos mesmos.
Lembro de ficar ao lado da mãe enquanto ela anotava os últimos itens da lista, se esforçando para não esquecer nada...e do tamanho do meu sorriso quando eu lia, lá no final do papel: “pastéis”.
Hum...a boca enchia d’água e tudo mudava de cor.O caminho ficava bem menor e o restante da lista passava a ser um detalhe, frente ao objetivo maior.
A banca do pastel era a primeira, o que me deixava ainda mais ansiosa.Antes de se entregar à gula era preciso passar por todas as barracas, comparar os preços e a qualidade dos produtos, voltar, comprar, seguir a diante para outra banca, lembrar que esqueceu uma coisa lá do começo, voltar, comprar, efim....uma jornada.
Mas tal esforço valia cada segundo -e cada dedo quase roxo de tanto segurar as sacolas - pois para encerrar o dia lá estava ele...majestoso...apetitoso...quentinho...
A feira de domingo de São Bernardo é especial, pois possui ingredientes típicos de uma feira livre.Se algum dia você quiser mostrar para algum turista o que é a zona de uma feira livre, leve-o para Samber City num domingão!
È possível encontrar a competição de gritos dos feirantes, com seus chamados criativos (e às vezes assustadores!), a pechincha básica e uma barraca de pastel onde são responsáveis pela iguaria são japoneses, que fazem a fritura usando hashi!
Após fazer o pedido, momentos de ansiedade!Os tambores do coração ecoavam e a saliva não cabia mais na boca...as sacolas escorregavam dos dedos...um misto de terror e paixão...quase uma novela das seis!
E aquela furadinha que a feirante dava bem no cantinho pastel, para ajudar a liberar o vapor??? Nooossa! Era o sinal supremo de que ele estava pronto para ser devorado...então chegava em minhas mãos o pastel mais maravilhoso e suculento do universo...hum...e com vinagrete em cima, ficava digno dos deuses!!!!
A degustação na feira era apenas o ínicio...como comprávamos para toda a família, o segundo tempo da brincadeira se dava em casa, com a galera atacando os pacotes para ver se era o seu e muito guaraná para acompanhar a festa...
Alguns dias a fome era tanta que começávamos a devorar o pastel brinde (a gente sempre ganhava, por conta da quantidade de pastéis que comprávamos!) aí terminávamos o dia sentadas em frente à TV jiboiando, lembrando daquele sabor delicioso..
Agora me dou conta que nessa hora faltava um chimarrão básico para ajudar na digestão!
Feira de Domingo de São Bernardo me aguarde!
Eu tô chegando !!!


por:Taís