02 maio, 2011

O último post

Quando nos lançamos a uma aventura, um sonho, não sabemos exatamente como se dará, quais serão suas cores ou contornos, apenas esperamos que seja belo, imenso e repleto de alegrias e realizações.
Assim foi também comigo, Taís, o “chimarrão” da dupla paulista que aqui escreve e que decidiu, há sete anos, morar em Porto Alegre e viver o sonho de um amor e da criação de uma nova vida em um estado não tão conhecido, sem grandes amigos ou fortes aproximações culturais.
Segundo os estudiosos, sete é um número mágico. Pitágoras o chamava de “sagrado, perfeito e poderoso”; não por menos: sete foram os dias da criação, sete cores compõem o arco-íris, são sete os pecados capitais e sete as virtudes humanas...temos sete glândulas endócrinas em nosso corpo, assim como sete chacras...dançamos ouvindo composições com sete notas musicais e sonhamos em viajar os sete mares...
Mágico também foi o sete em minha vida. O número que marca a passagem do “conhecido ao desconhecido” marca também o meu retorno a São Paulo, sete anos após decidir viver esta minha grandiosa vida em terras gaúchas.
E hoje, somando as coisas boas e não tão boas, relembrando as conquistas, os medos vencidos, as pessoas que conheci, os amigos que ganhei e os lugares que visitei vejo que consegui fazer valer cada dia que passei por estes pagos.
Tive a sorte de poder viajar todo estado, conhecer muitos municípios e pessoas com costumes e sotaques diferentes... de Bagé, ao Sul, passando por Itaqui, Horizontina, Santa Maria, Gramado, Caxias, Bento Gonçalves, Giruá até chegar a Santa Rosa...e tantos outros belíssimos lugares que não conseguirei citar aqui, mas que foram compartilhados em diversos momentos neste mesmo blog.
O Rio Grande do Sul me ensinou a sentir, fundo no peito, o poder do “Pampa sem fim”...de olhar o horizonte, com gados, árvores, ruínas, videiras ou girassóis ou simplesmente o horizonte com o mais bonito Pôr do Sol do mundo: o Guaíba e sentir o “frio no espinhaço”, o aperto no peito e a lágrima (saudade do Rio Grande, sempre!)...coisas que só vivendo aqui para entender...
Sete anos se passaram e volto para a terra da garoa com uma mala repleta de VIDA. Muito mais madura, enriquecida, sábia e repleta de boas histórias e bons amigos que nunca deixarão que essas palavras ou que todo o sentimento criado nesse tempo se desfaça. Toda essa bagagem eu devo a vocês. O crescimento só se dá em comunhão, então sou verdadeiramente grata a cada um de vocês.
Aqui termino minha participação no Pastel com Chimarrão, com um grande agradecimento ao Povo do Rio Grande, em especial aos meus amigos de Porto. E não se esqueçam: como diz o Anonymus Gourrmet: “Voltaremos” ;)

Por: Taís Coppini

Sete vidas
Marcus Viana

Sete estrelas presas no giro
Da roda do céu
Sete flores dançam no pampa
No sul do Brasil
Sete mãos de fadas destrançam
Intrincados nós
Sete cruzes
Sete rosários
Velando por nós

Se a vida é uma longa espera
Então ensina-me a te esperar
Se a vida é breve primavera
Deixe-nos dela beber e já...

Sete rosas rubras de fogo
Amor e paixão
Sete velas luzem por nós
Na escuridão
Sete vidas tecendo tempo
De quem anda só
Sete cartas
Sete destinos
Se fundem num só

Sete rosas rubras de fogo (sete rosas rubras de fogo)
Amor e paixão
Sete velas luzem por nós (sete velas luzem por nós)
Na escuridão
Sete vidas tecendo tempo (sete vidas tecendo tempo)
De quem anda só
Sete cartas (sete cartas)
Sete destinos (sete destinos)
Se fundem num só

Vida...
Longa espera...
Breve Primavera...

Sete vidas tecendo o tempo
Amor e paixão...

Foto:http://biolirios.wordpress.com/2008/03/