03 novembro, 2007

Sem palavras


Viajando, existem dois tipos de lugares que você pode visitar:
Os que te fazem sentir feliz. Você olha o horizonte, respira fundo e enche a alma de leveza e alegria. Dimensão paralela que recarrega seu espírito. Você sai de lá revigorada, achando que o paraíso existe, refúgio terrestre.
E existem aqueles que você, ao visitar, sente como inusitada vibração. Sua alma se inquieta, remexida. Você olha em volta e procura o que te toca assim tão forte e sutil. Não é alegria ou euforia.
É encontro. Esses lugares não te fazem sentir nem melhor ou pior. Você simplesmente se sente em paz, na felicidade de quem chega em casa.
Assustador, mas de beleza sem par.

Reproduzo aqui um post que já publiquei há algum tempo em outro blog, na tentativa de definir o que foi minha viagem mais recente a POA. Apesar das minhas já muitas idas, dessa vez a chegada me ofereceu espetáculo único: pude ver, bela como nunca, a cidade sob a luz do pôr-do-sol. O Rio Guaíba, o porto, os prédios todos banhados sob luz dourada. E naquele momento, meu peito foi também inundado de luz e alegria. A alegria por me sentir viva, por estar bem, por ter superado mais tantos desafios para chegar até ali. A certeza de me sentir querida, de ocupar lugar especial no coração de pessoas tão únicas como aquelas que iria encontrar. A felicidade de saber que sempre há um recomeço, e que ele pode ser coroado com a luz do sol, filtrada por nuvens brancas de algodão, acima de nós.

Essa chegada a Porto Alegre foi especialíssima. E assim seguiria toda a viagem, para mim: os papos intermináveis com minha irmã de alma, que tão bem me entende e conforta. A acolhida de uma querida família, com tanto amor e carinho, fazendo-me sentir feliz e privilegiada. A paisagem inesquecível do Guaíba, no vento de final de tarde, curando qualquer dor ou inquietação. A energia boa, especial, de pessoas que encontrei. O som cantado do sotaque que baila pela cidade.

Tudo isso dificulta um relato objetivo do que foi essa bela viagem. Uma viagem que, a cada retorno, acaba se tornando menos "viagem" e mais encontro: o refúgio terrestre aos poucos está tomando forma de segundo lar. E isso não é nada assustador. Mas é também de uma beleza difícil de descrever em fotos ou mesmo em palavras.

Adoro vocês!

Da paulista cada vez mais viajeira :)

Um comentário:

Anônimo disse...

Passear à beira do Guaíba, churrasquinho voando rumo ao chão, bancas e mais bancas de livros ao ar livre, Polar gelada, conversas, conversas, conversas...
Balada animada, pizza no Cavanhas às 3 da manhã,pastel com borda com a parte gaúcha da família, tardes com Madame Cléo e seu Tarot, o vizinho feliz em ouvir uma música sendo cantada de forma decente no chuveiro, procurar filme na net e quando econtrar (enfim!) descobrir que a locadora já fechou...enfim..coisas simples do dia a dia se tornam mágicas pela presença de pessoas especiais.Receber Jubs em nossa terra, nossa casa é sempre um prazer e uma honra...ainda mais em um momento tão especial como agora.
Mas especial ainda é ver seu sorisso e ouvir que o retorno está se tornando mais encontro....com os amigos, com as belezas desse estado maravilhoso e dessa cidade tão bela, com a família daqui e principalmente com ela mesma!
Te amamos muito Jubs!
As portas estão sempre abertas!e você é da casa, tá sabendo né?
Beijão, tchê