13 junho, 2007

Imensa Capital Interiorana

Hoje pela manhã me deparei com uma cena que só em filmes eu assistia...
Ao sair para o trabalho, me deparei com casas, janelas, portas e jardins decorados com balões vermelhos, brancos e azuis e imagens de Santo Antônio dos mais diversos tipos e tamanhos.
Sim...hoje é dia de Santo Antônio e, como moro muito próximo à igreja construída em sua homenagem, pude sentir todo o poder de sua história, bem como da devoção de seus fiéis seguidores.
Quem me conhece sabe que não sou muito de templos e regras, mas uma das coisas que mais que chamou a atenção desde que fui morar no bairro Santo Antônio foi a missa realizada lá.
Primeiro por ser realizada por um Frei.Em seguida o fato de todo o ritual valorizar o sentimento de coletividade e resgatar valores de solidariedade daquela região.Não é “a paróquia” a ser valorizada, mas a Comunidade, que participa, contribui e produz toda aquela energia e coloca a mão na massa nas ações realizadas pelos grupos ligados à igreja.E por último a distribuição de pães feita ao final da missa: sempre lembrarei do dia em que meu vizinho (um senhor muito querido, por sinal) tirou da sacola um pão recebido na missa e deu para Cris e eu, como forma de benção ao nosso lar e à nossa união.Esse singelo ato despertou em nós o senso de coletivo, de participar daquele grupo.E hoje também compartilhamos com ele (e com quem encontrarmos no caminho) os pães que ganhamos por lá...
Aliás, a forma como se organiza a distribuição também é muito interessante: quem tiver vontade (e a maioria da comunidade tem) doa pães à igreja, que são colocados juntos em um grande cesto, à frente do altar.
Isso para mim é a grande prova de que quem realmente pode fazer milagres somos nós (mas isso é tema para outro post, em outro blog!)

Por essas o meu encantamento hoje pela manhã.Porto Alegre acordou com cara de cidadezinha do interior (com todo respeito e carinho).Aquele charme gostoso das pessoas que se conhecem e são cúmplices de uma crença, de um local.Senti-me parte disso e fiquei feliz, tocada por essa energia que há tempo não sentia (principalmente em ocasiões relacionadas à igreja...).
E gostaria de aproveitar esse espaço e desmistificar um pouco a idéia do Santo Antônio: que ele possa ser lembrado como protetor dos pobres, do auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas e amigo nas causas do coração e não apenas como Santo casamenteiro.Aliás, para mim ele sempre teve a forte ligação com a fartura (tanto de alimento como de saúde e harmonia no lar). Minha família sempre teve o costume de guardar um pão bento dentro do recipiente de mantimento, como garantia de comida durante todo o ano.Aqui no Sul o nosso pão está no pote de arroz e, para os curiosos, posso garantir que ele não mofa mesmo!!!

Para finalizar, uma frase atribuída ao padroeiro de 2007:

"Uma água turva e agitada não espelha a face de quem sobre ela se debruça. Se queres que a face de Cristo, que te protege, se espelhe em ti, sai do tumulto das coisas exteriores, seja tranqüila a tua alma."

Por: gauchita milagreira!

2 comentários:

Juliana disse...

Eita... com tanta recorrência ao santo, estou quase esperando milagres mesmo... rs!
A propósito: na Itália, o Santo Antônio não é mesmo tido como casamenteiro... pra isso, por lá, o pessoal recorre a São Nicolau, o Papai Noel (bem próprio, aliás, não? ;)). Em contrapartida, eu ganhei uma vez um folhetinho de Santo Antônio com uma linda prece atrás, pedindo por fartura e paz na alma. Acho que vou procurá-la essa noite... pedindo por coisas boas para TODOS!
Bjos,
Ju

Mônica disse...

Eu não conhecia este lado mais nobre de Sto Antônio. Sério... seu mesma uma leiga em santos. Mas admirei muito seu relato. Pude sentir um pouquinho do clima que vc viveu por aí. Que gostoso!!! E que saudade de você, Taís. E Viva Sto Antônio e os Antônios!!! Todos! Né não, Jubs?!
Bjos, minhas queridas.