27 agosto, 2006

Liberdade

Um passeio pela rua Galvão Bueno aos domingos pode revelar insuspeitos tesouros. Entre os jardins japoneses encravados em becos e fachadas de restaurantes, se pode encontrar mercados com produtos típicos dos quais, aposto, nem os representantes da colônia ouviram falar (tá bom, sei que estou exagerando... mas são os meus olhos ocidentais, espantados e maravilhados). Se você é mulher, prepare-se para babar nas roupas de todos os estilos, cores e principalmente preços - afinal, mesmo sabendo que você não foi ali para gastar, quem resistirá a um artigo lindo em preço imperdível? E dois, e três?

Você então resolve fugir à tentação e buscar um bom lugar para comer. Depois de rápida inspeção com os olhos, decide-se pela extravagância de trocar as barraquinhas por um restaurante típico, ali ao lado. O prato vem, lindo, cheiroso, capaz de preencher seu estômago pelas próximas cinco horas. E você sai dali feliz, um novo ser humano.

Volta às barraquinhas. Tanta coisa para ver, perguntar. Gasta mais um pouco. Vasculha de novo os símbolos da maior colônia japonesa do país. Puxa papo com um, observa as construções. A cultura, melhor parte do dia, é de graça para quem tem olhar atento.

Para terminar, você resolve voltar para casa pelo centro vazio de domingo. Recorda pedaços da história da cidade ao passar por cada ponto - o mosteiro de São Bento, a Sé, o Largo de São Francisco, o Teatro Municipal. Viagem no tempo, a céu aberto. E ainda tem gente que reclama que no domingo não tem nada de bom para fazer.


por Paulista

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