06 dezembro, 2006

Breakfast at Zepa's


Nada como uma típica manhã no comércio popular para sentir o espírito paulista. Sobretudo, no final de ano. Quem é mulher sabe que não dá pra ser feliz nas compras natalinas - de roupas, sobretudo - sem passar pelo Brás e pela José Paulino, ou Jótapê, ou Zépa, para os íntimos.

No último sábado, tive como missão feminina reabastecer o armário gastanto o mínimo possível. Tarefa comparável, para quem conhece um pouco do comércio de Sampa, à de um míssil teleguiado: sempre tem, no meio da profusão dos calçadões, aquela lojinha específica onde você acha alguma coisa em bom preço. Somando uns quatro ou cinco desses achados, é possível economizar até 50% do valor total da sua compra.


Primeira parada: Jótapê. O império das roupas femininas. Passeio para o qual não se aconselha levar entes masculinos - namorados, filhos, irmãos ou amigos de qualquer espécie - sob pena de aguentar olhares extenuados ou raivosos em menos de meia hora, podendo se traduzir rapidamente em impropérios ou numa saída forçada. Compreensível. Há coisas que só a vaidade feminina é capaz de suportar, como veremos.
Chego quase ao meio-dia (já comecei cometendo um pecado mortal, ao aparecer por ali bem depois das 10h) e encontro a rua, claro, apinhada de gente. Mas tenho endereço certo: na primeira loja, já encontrou o que procurava e compro. Como foi rápido, decido dar um giro pelas restantes. Vou andando a 5km por hora, entre muitas, muitas pessoas, num festival de preços convidativos e últimas modas.
No meio do cordão de consumidoras, pedaços de vida se confundem no burburinho: "Olha, esse aqui ficava lindo pro casamento!". "Ainda tenho que passar em casa e ver isso com a minha mãe". "O jantar hoje é às...". "Ah, mas eu disse pra ele que era a última vez!"

Depois do meu rápido giro de 1h30, e de um rosto bem vermelho que eu só notaria no dia seguinte (quem mandou ignorar a dermatologista e sair sem protetor?), desapareço no metrô e sigo para meu próximo destino: a Praça da República. Ali, aos sábados e domingos, os olhos se perdem entre artigos da China e lindas peças de artesanato genuinamente brasileiro (apesar do pecado, cometido por algumas barracas, das peças feitas de pau-brasil - se certificado, não sei). Ver os mimos da praça pode ser uma distração garantida para horas. Mas infelizmente, meu tempo é curto: ainda preciso passar por outros destinos. Prometo a mim mesma voltar em outra semana, para emendar também uma visita à Liberdade, outra delícia das compras populares.

Novo metrô, mais algumas lojas e encerro meu passeio no final da tarde, com duas sacolas cheias e cerca de 100 reais a menos na carteira. E, antes que eu me sinta uma fútil irremediável, contabilizo o saldo que aquela centena me rendeu: um par de tênis, um par de sandálias, quatro toalhas de mesa, uma xícara de louça (adoro xícaras!) e algumas compras de supermercado. É, nada como a lógica capricorniana (e sobretudo, feminina) para escolher os endereços certos. :)

Por Paulista

2 comentários:

Mônica disse...

Juju, não sabia que o Braizão era conhecido como Jótape. Que curioso! Por quê? Estou programando uma ida ao Braizão neste sábado. Estou um pouco com preguiça devido a tudo isso aí que você descreveu. Andar a 5km por hora me irrita demais. Mas preciso comprar umas roupas de ginástica, biquinis e afins numas lojinhas com preços e qualidade incomparáveis. Pois é... vida de paulistana tem dessas coisas.
Beijo!

Anônimo disse...

Ahhhhhh...compras..compras..compras!!!
Que saudade dessas ruas!!
Beijos e aproveitem por mim!!!