08 fevereiro, 2007

De porto em porto

É a velha história: cada um dá o que tem de melhor, e da forma que melhor sabe dar. Duas histórias de recomeços, cada uma contada a seu modo - e com um pouco da cara das paragens citadas. Seguem as historietas...


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EM 22 ANOS
PORTO RECEBEU QUASE TRÊS VEZES A POPULAÇÃO DE SANTOS


Porto de Santos em 1882

Dados do Museu do Imigrante, antiga hospedaria no centro de São Paulo: entre 1908 e 1930, entraram pelo Porto de Santos 1.221.282 estrangeiros – quase três vezes a atual população santista. Em sua maioria, eram portugueses, espanhóis e italianos.

O desembarque foi feito por um cais moderno – pelo menos para os moldes da época –, inaugurado em 2 de fevereiro de 1892. Até então, e desde o século 16, funcionava ali um precário porto. Impulsionado pelo avanço da economia cafeeira no Estado de São Paulo, o porto precisava se modernizar. Coube à empresa Gaffrée, Guinle & Cia executar a obra.
O café entrou em decadência, mas isso não foi suficiente para estagnar o crescimento da maior porta de entrada de produtos estrangeiros no Estado. No ano de inauguração, foram movimentadas 125 mil toneladas. Atualmente, são cerca de 60 milhões de toneladas, o que faz dele o maior porto da América Latina. (MA)

SAIBA MAIS
Navios e Portos do Brasil, de João Emilio Gerodetti e Carlos Conejo (Solaris, 2006).

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DE PORTO EM PORTO

CASAIS AÇORIANOS AQUECERAM PORTO ALEGRE



O alegre porto dos casais.

Durante o século 18, o governo português se viu às voltas com dois problemas. As ilhas dos Açores estavam superpovoadas. No Brasil, o inverso: faltava gente ao sul – ponto de encontro vital entre os domínios português e espanhol. A solução foi cartesiana: transferir o excesso de população dos Açores para o Brasil, experiência que já tinha dado certo no Maranhão e no Pará.

A estratégia ia além: levar não homens, mas casais já constituídos – uma maneira de assegurar o povoamento por famílias que produzissem sem precisar de escravos. Calcula-se que, entre 1748 e 1756, desembarcaram cerca de 2.300 açorianos, em sua maioria casais. Em pouco tempo eles representavam quase dois terços da população local. O mais importante núcleo, estabelecido onde atualmente está Porto Alegre, serviu como ponto de apoio para outros casais de imigrantes, que seguiam para regiões vizinhas. E rendeu novo nome ao lugar: Porto dos Casais. Era o terceiro nome do povoado. Os primeiros: Porto de Viamão, dado em função do nome da região; e Porto do Dorneles, em alusão a Jerônimo de Ornelas Meneses de Vasconcelos, português a quem foram concedidas aquelas terras.

A constante palavra Porto não diz respeito ao mar, mas ao local onde atracavam as embarcações na foz de um riacho, em área hoje aterrada do Rio Guaíba, onde está a Ponte de Pedra do Largo dos Açorianos – monumento construído em homenagem aos casais. (JW)

SAIBA MAIS
www.portoalegre.rs.gov.br

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Conclusão: não importa o tamanho ou motivo da mala. O que vale a pena, mesmo, é navegar. :)

Fonte das matérias: www.almanaquebrasil.com.br


Por Paulista que adora botar o pé na estrada desse mundão de meu Deus

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